Total de visualizações de página

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Rei dos mares monitorado


Uma metodologia para identificação das espécies de tubarões exploradas pela pesca no Brasil foi desenvolvida no Laboratório de Biologia e Genética de Peixes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu, pelo biólogo Fernando Fernandes Mendonça.


O método de reconhecimento, que utiliza as características genéticas dos animais e pode contribuir para a preservação das espécies capturadas na costa brasileira, conquistou o Prêmio Silvio Almeida de Toledo Filho, na categoria Conservação e Evolução Animal, entregue no fim de setembro durante o 54º Congresso Brasileiro de Genética, em Salvador (BA).


Segundo Mendonça, o método, que identifica a espécie a partir de um pequeno fragmento de sangue ou do tecido dos animais, foi desenvolvido tendo em vista a crescente demanda pela carne e pelas nadadeiras dos tubarões, o declínio de suas populações e os problemas relacionados à sua conservação.


“Até o momento, a metodologia possibilita a identificação de 12 das 25 espécies de tubarões exploradas no Brasil. Em breve, deveremos alcançar a totalidade das espécies comercializadas”, disse à Agência FAPESP.


O trabalho, que teve apoio da FAPESP por meio de uma Bolsa de Doutorado, foi orientado pelo professor Fausto Foresti, do Instituto de Biociências da Unesp. No método empregado, chamado PCR-multiplex, o pesquisador utiliza como ponto de partida as características genéticas exclusivas de cada espécie.


“Utilizamos um gene extremamente conservado entre todas as espécies, o que possibilita a aplicação da metodologia mesmo em populações com alta variabilidade genética. Com a metodologia, diversas espécies de tubarões podem ser identificadas sem a necessidade de observação de caracteres morfológicos, utilizando práticas laboratoriais simples, de baixo custo e viabilizando a fiscalização de espécies capturadas”, afirmou.


As amostras de tubarões, explica Mendonça, podem ser coletadas nos desembarques e nos mercados exclusivos de pesca de diversas regiões do país. “Pode ser utilizado qualquer tipo de tecido que contenha DNA, como sangue, músculos, cartilagem e pele”, disse.


Como no Brasil a pesca de tubarões ocorre em praticamente todo o litoral, o pesquisador e seus colaboradores colheram amostras em cidades onde os desembarques do animal são mais freqüentes, como Salvador (BA), Macaé (RJ), Ubatuba e Santos (SP), Itajaí (SC) e Passo de Torres (RS).


“Retiramos pequenos pedaços de tecido dos músculos ou das nadadeiras, que foram acondicionados em tubos individuais contendo etanol. O material foi levado ao laboratório, onde foi processada a extração e purificação do DNA”, explicou.


Em seguida foi aplicada a metodologia de PCR-multiplex para gerar os fragmentos de DNA para diagnósticos de cada espécie. “Em cerca de seis horas todo o processo é realizado e obtemos a identificação da espécie à qual a amostra pertence”, disse.

Exploração sustentável

De acordo com o pesquisador, cada espécie de tubarão responde de forma independente às pressões exercidas pelo ambiente e também pela ação do homem, o que torna de fundamental importância, para o desenvolvimento de planos de recuperação das suas populações, a identificação das espécies mais capturadas, em que regiões elas ocorrem com maior freqüência e quais apresentam maior risco de desaparecer.


“Atualmente, os tubarões estão classificados entre os organismos mais ameaçados de extinção em todo o mundo, mas pouco tem sido feito para conter sua exploração pela pesca industrial e artesanal. Os estoques de tubarões da costa brasileira vêm sofrendo baixas acentuadas em suas populações, já sendo observado um declínio de cerca de 97% em algumas regiões”, disse Mendonça.


Segundo ele, é exatamente nos dados de captura por espécie que se observa um dos maiores entraves para a preservação dos tubarões no Brasil. De acordo com estatísticas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), apenas 22% dos tubarões capturados no Brasil recebem algum tipo de identificação.


“Mesmo assim eles são relacionados apenas pelo seu nome popular, que em muitos casos refere-se a mais de uma espécie. Todo o restante é classificado apenas como tubarão ou cação”, conta.


Calcula-se a existência, no Brasil, de cerca de 90 espécies de tubarões, sendo 25 exploradas pela pesca. Mendonça explica, no entanto, que os dados que quantificam as populações e caracterizam se uma espécie está em risco de extinção são extremamente escassos. “Alguns estudos científicos apontam para o desaparecimento de espécies em algumas regiões de nossa costa”, apontou.


Segundo ele, um exemplo é o tubarão-mangona, que era abundante em toda a costa brasileira e hoje é raro nas regiões Sul e Sudeste. “O tubarão-baleia, que tem maior distribuição no Nordeste, também vem desaparecendo. Estão em risco ainda o cação-anjo, o cação-viola, o tubarão-martelo e o tubarão-mako”, disse.


Ainda de acordo com os dados do Ibama são capturados cerca de 15 mil toneladas de tubarão por ano. No Brasil a pesca é realizada em toda a costa, de forma artesanal e principalmente industrial, essa última com desembarques de até mil animais por viagem (em média 30 dias no mar), dependendo do porte da embarcação e da região de pesca.


Para Mendonça, os dados gerados pela aplicação da metodologia são importantes para o desenvolvimento de planos de conservação, mas também podem ser aplicados comercialmente como metodologia de certificação da carne e principalmente das nadadeiras.


“O comércio de nadadeiras é legalizado, extremamente lucrativo e tem seu preço determinado também pela espécie à qual a nadadeira pertence. Atualmente, a identificação é feita de forma empírica, apenas pelo aspecto do produto”, explica.


No mercado asiático, conta Mendonça, as nadadeiras chegam a custar até US$ 400 o quilo, muitas vezes sem que se saiba a quais espécies elas pertencem. “Dados de captura e comercialização por espécies são extremamente escassos e essa nova metodologia poderá ser utilizada para o desenvolvimento de estatísticas mais representativas sobre as espécies de tubarões brasileiros e sua exploração”, disse.


Fonte: Agência FAPESP.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Projeto quer que crianças e jovens sejam aliados no combate ao tráfico de animais



Teve início ontem (20) o projeto A Escola é o Bicho que faz parte das ações da Campanha Nacional de Proteção à Fauna, lançada da semana passada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pelos Ministérios do Meio Ambiente e Educação.
O objetivo do projeto é conscientizar crianças e jovens sobre a importância de se combater o tráfico e evitar maus-tratos de animais silvestres e capacitar professores como multiplicadores da ação.

Durante este ano, dez escolas particulares do Distrito Federal serão visitadas. A expectativa é levar informação a cerca de 2 mil estudantes. "O Ibama está trabalhando fortemente em projetos de reintrodução de animais à natureza, mas tudo tem como aliado uma ampla campanha de conscientização da população. E nada melhor no início dessa conscientização que o trabalho nas escolas. É onde nós esperamos mudar essa realidade", afirma o coordenador de Fauna do Ibama, João Pessoa Moreira.
Durante todo o período da manhã, alunos do 5° ano de uma escola particular de Brasília tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre o trabalho do Ibama e a importância da preservação do meio ambiente. No evento, eles assistiram a palestras de agentes do órgão e de organizações não-governamentais que trabalham em prol da natureza, além de apresentações de peças de teatro sobre o tema.

De acordo com dados do Ibama, por ano, cerca de 50 mil animais silvestres apreendidos chegam ao centros de triagem do órgão. "São dados muito preocupantes, que levam ao aumento do número de espécies ameaçadas de extinção", alerta João Pessoa.

Segundo o coordenador disciplinar da escola, Luciano Brandão Gallo, o trabalho com os alunos é feito de duas maneiras: conscientização e contextualização, por meio de palestras, pesquisas e saídas de campo, nas quais o aluno vivencia o que aprendeu em sala de aula. "Uma instituição de ensino forma cidadãos, então a vontade de ajudar a sociedade, de melhorar o mundo que a gente vive, faz parte da própria existência da escola. O trabalho do Ibama é muito importante e vem dar um amparo técnico e suporte para desenvolver esse trabalho de educação ambiental dentro da escola", considera Gallo.

Ibama espera levar o projeto a outras 20 escolas públicas do Distrito Federal. Para isso, está em negociação um acordo com a Secretaria de Educação para a realização de ações nas escolas da rede de ensino local. "Nós já estamos com um acordo de cooperação para ser assinado com o GDF [Governo do Distrito Federal] e pretendemos concluí-lo até o final do ano", revela Moreira.
Depois do projeto-piloto em Brasília, A Escola é o Bicho deverá ser estendida aos demais estados do país a partir do início do próximo ano.

Foto: O coordenador de Fauna do Ibama, João Pessoa Moereia, fala na cerimônia de lançamento da Campanha Nacional de Proteção à Fauna, nas escolas. O Colégio Leonardo da Vinci será o primeiro em Brasília a receber a campanha cujo tema é A Escola é o Bicho.
(Marcello Casal)

Fonte: Blog Eco Agência / Agência Brasil.

Lei que restringe uso de animais como cobaias está no Diário Oficial


Brasília - Estão na edição da semana passada (09) do Diário Oficial da União os procedimentos para o uso científico de animais. De acordo com a Lei n.º 11.794, apenas instituições de ensino superior e estabelecimentos de educação profissional técnica de nível médio da área biomédica poderão usar animais em experiências científicas.


São consideradas atividades de pesquisa científica, segundo a norma, as relacionadas com ciência básica, ciência aplicada, desenvolvimento tecnológico, produção e controle da qualidade de drogas, medicamentos, alimentos, imunobiológicos. Não são atividades de pesquisa as práticas zootécnicas relacionadas à agropecuária.


A legislação cria também o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), que tem como finalidade fiscalizar o cumprimento das regras, credenciar instituições para criação ou utilização de animais em ensino e pesquisa científica, monitorar e avaliar a introdução de técnicas alternativas que substituam a utilização de animais em ensino e pesquisa.


As instituições que desrespeitarem a lei estão sujeitas a multa de R$ 5 mil a R$ 20 mil.


segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Vote para o Pantanal ser reconhecido como uma das 7 maravilhas


O Pantanal, representado pelo Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense foi nomeado para concorrer, em votação, internacional, pela internet, para ser eleito uma das 7 maravilhas naturais do mundo. O concurso é promovido pela entidade Fundação New7Wonders (http://www.new7wonders.com/) a mesma que realizou a eleição das novas maravilhas monumentais do planeta.
Reconhecido pela Unesco, em 2000, como Reserva da Biosfera, o Pantanal é considerado uma das reservas naturais mais exuberante, diversificada e selvagem do planeta.
Ao colocar o Pantanal entre as sete maravilhas do mundo voltaremos os olhos do mundo para a importância da conservação deste santuário natural, não apenas do Parque Nacional, mas de todo o Pantanal.
Pantanal A planície pantaneira cobre uma área de quase 210 mil quilômetros quadrados e ocupa parte dos territórios do Brasil (140 mil km² nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), Paraguai e Bolívia (70 mil). Funciona como um corredor de transição entre as bacias Amazônica e Prata. É uma região única na qual se encontram o Cerrado, o Chaco, a Amazônia, a Mata Atlântica e o Bosque Seco Chiquitano. Esta situação, somada aos pulsos de inundação, permite particular diversidade e variabilidade de espécies.

Vote pelo Pantanal e confira neste hot site bons motivos para que este paraíso seja reconhecido como uma maravilha natural.

A evolução em quadrinhos


Um concurso para quem sabe fazer boas histórias com a ciência


Quem foi Charles Darwin? O que é a teoria da evolução? Não sabe a resposta dessas perguntas? Então, atenção para a CHC 194. Ao ler esse número da sua revista favorita, você não vai apenas conhecer o naturalista britânico que mostrou como os seres vivos evoluem, isto é, como eles se alteram ao longo do tempo, mas também ficar por dentro de um concurso que vai dar uma viagem ao vencedor, com direito a acompanhante! Gostou? Então, se você tem até 16 anos e está cursando o Ensino Fundamental, leia a CHC 194, inspire-se e crie uma história com cinco ou seis quadrinhos coloridos, em papel A4, que tratem da teoria da evolução. Uma comissão formada por ilustradores da revista, cientistas e integrantes do Ministério de Ciência e Tecnologia irá eleger a história em quadrinhos mais interessante. O autor da história escolhida ganha uma assinatura da CHC e uma viagem com acompanhante para o Rio de Janeiro ou para São Paulo, onde visitará diferentes centros de pesquisa. Para participar, envie seu trabalho, até o dia 31 de dezembro, para a Redação da revista Ciência Hoje das Crianças: Av. Venceslau Brás, 71, fundos, casa 27, CEP 22290-140, Rio de Janeiro/RJ. No envelope, coloque o nome do concurso: A Evolução em Quadrinhos! Na CHC 198 (janeiro e fevereiro de 2009), será publicado o resultado. Participe e... Boa sorte!


A Redação

Ciência Hoje das Crianças