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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

DNA verde e amarelo: feijão transgênico é aprovado no Brasil

Fonte: Redação CIB (15/09/2011)

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou hoje a liberação para cultivo comercial do feijão geneticamente modificado (GM) resistente ao vírus do mosaico dourado, pior inimigo da cultura no Brasil e na América do Sul.

Desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o feijão é a primeira planta transgênica totalmente produzida por instituições públicas de pesquisa a ser aprovada comercialmente. Foram quase 10 anos de pesquisa em parceria entre a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia – Cenargen e Embrapa Arroz e Feijão.

“Nos testes de campo realizados, mesmo com muita presença da mosca branca, inseto que transmite o vírus do mosaico, a planta transgênica não foi infectada pela doença”, afirma Francisco Aragão, pesquisador do Cenargen e um dos responsáveis pelo projeto.

Importância social, ambiental e econômica

O feijão é uma cultura de extrema relevância social, especialmente na América Latina e na África, sendo a leguminosa mais importante na alimentação de mais de 500 milhões de pessoas. No Brasil, é a principal fonte vegetal de proteínas e de ferro e, associado ao arroz, resulta em uma mistura ainda mais nutritiva.

A produção mundial de feijão é de mais de 21 milhões de toneladas. O Brasil ocupa o segundo lugar nesse ranking e a planta é produzida principalmente por pequenos agricultores, com cerca de 80% da produção e da área cultivada em propriedades com menos de 100 hectares. Uma vez que o vírus do mosaico dourado atinge a plantação ainda na fase inicial, pode causar perdas de até 100% na produção. Segundo estimativas da Embrapa Arroz e Feijão, os danos causados pela doença seriam suficientes para alimentar até 10 milhões de pessoas.

O feijão transgênico apresentou vantagens econômicas e ambientais, a exemplo da diminuição das perdas, a garantia das colheitas e a redução da aplicação de defensivos. Com a aprovação, as sementes transgênicas serão multiplicadas e devem chegar ao mercado em dois ou três anos.

“Todas as análises de segurança foram realizadas e o feijão geneticamente modificado é tão ou mais seguro que as variedades convencionais, tanto para o consumo humano quanto para o meio ambiente”, ressalta Aragão.

Nova tecnologia

Os pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Francisco Aragão, e da Embrapa Arroz e Feijão, Josias Faria, utilizaram quatro estratégias de transformação genética.

Em linhas gerais, eles modificaram geneticamente a planta para que ela produzisse pequenos fragmentos de RNA responsáveis pela ativação de seu mecanismo de defesa contra o vírus mosaico dourado, devastador à lavoura.

"Mimetizamos o sistema natural", diz Francisco Aragão, explicando que a grande vantagem dessa nova técnica é que não há produção de novas proteínas nas plantas, e consequentemente não há potencial de alergenicidade e toxidez. Além disso, os fragmentos de RNA podem causar resistência a várias estirpes do mesmo vírus.

*Com informações da Embrapa.
Para acompanhar o feijão transgênico (cuja liberação comercial no Brasil foi aprovada em setembro) no prato, nada melhor que uma porção de arroz também transgênico. Mas este terá que ser importado. No início de 2013 devem começar o cultivo de uma variedade transgênica do grão em Bangladesh e nas Filipinas, países onde suas populações são devoradoras do produto. O arroz dourado é um produto transgênico que promete reduzir em mais de 35% a mortalidade infantil nos países subdesenvolvidos que sofrem com a falta de alimentos. O arroz tradicional alimenta metade da população mundial, mas infelizmente ele não é rico em nutrientes, apenas em carboidratos. Em muitos países, famílias pobres têm uma dieta composta quase que exclusivamente por arroz. Essas crianças e mães sofrem carência de vitamina A, que pode provocar cegueira ou levar à morte. A solução foi incorporar, por engenharia genética, o elemento beta-caroteno ao arroz comum, que é convertido no organismo em vitamina A. O beta-caroteno dá a cor laranja às cenouras e é a razão pela qual o arroz geneticamente modificado é dourado. Apenas 40 gramas de arroz dourado por dia são suficientes para suprir a carência da vitamina.


Fonte: NE10 - 04 de outubro de 2011




DNA de rato pode estar relacionado com longevidade

Será que o segredo da juventude eterna se esconde no DNA de um rato pelado... e feio, muito feio? Colocada nesses termos, a possibilidade parece absurda, mas o genoma do roedor desnudo em questão – o rato-toupeira-pelado, ou Heterocephalus glaber, como preferem os cientistas – talvez traga pistas importantes sobre como mamíferos como eles e nós envelhecemos e lidamos com o câncer. Isso porque essa criatura bizarra cujo DNA acaba de ser decifrado, é o Matusalém dos roedores. Enquanto outros ratos, como os que povoam esgotos, têm expectativa de vida de aproximadamente dois anos, o H. glaber, nativo da savana da África Oriental, pode até chegar à casa dos 30. O bicho aparentemente consegue isso sendo praticamente à prova de câncer, por exemplo. Outra incrível característica é que o processo de envelhecimento das criaturas é quase imperceptível. De posse do genoma dos rato-toupeira-pelado, cientistas agora poderão descobrir o que esses bichinhos feios têm de especial. E, quem sabe, replicar essas características nos humanos. Desde, é claro, que não comprometa a nossa aparência.