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segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Operação do Ibama desmonta tráfico de animais silvestres em Pernambuco

Lucia Leão

Treze pessoas foram presas e 1.232 animais libertados na maior operação de repressão ao tráfico de animais silvestres já realizada pelo Ibama. Chamada Operação Vôo Livre, a ação foi realizada nos municípios de Belo Jardim, Serra Talhada, Sertânea e Caruaru, onde encerrou nesta sexta-feira (26) a primeira etapa sob comando do ministro Carlos Minc. Das 1.215 aves, mais de 300 foram soltas na manhã desta sexta-feira na Serra de Jerusalém, na região do agreste. As restantes são nativas do sertão, e serão soltas em suas regiões de origem. Muitas também estão debilitadas e serão encaminhadas ao Centro de Tratamento de Animais Silvestre-CETAS de Recife antes de ganharem a liberdade.
?Traficantes na gaiola e pássaros em liberdade?, comemorou Minc depois de acompanhar o flagrante na casa do traficante, André Pereira da Silva, de 29 anos, e a soltura das aves na Serra de Jerusalém.
Nos fundos do barraco de uma área muito pobre de Caruaru, André Pereira mantinha mais de 200 pássaros de alto valor comercial. Perguntado pelo ministro, o traficante admitiu que venderia as aves por R$ 5,00 cada. Comparando com a prática do tráfico de drogas, Minc disse que pessoas como André são a ponta de um grande esquema internacional, que será investigado com a ajuda da Polícia Federal e a Interpol.
?Essas aves que ele vende por R$ 5,00 chega ao consumidor final, na Europa, por R$ 3 mil. Só numa gaiola ele tinha 14 ?cancões?, uma das espécies mais valiosas. Ele tinha US$ 42 mil naquela gaiola?.
O tráfico de animais silvestres é o terceiro em volume no País e a estimativa é que ele movimente até US$ 6 milhões ao ano. Já os danos à natureza são incalculáveis. De cada dez aves caçadas, nove morrem na captura, no transporte ou no cativeiro.
Entre os pássaros apreendidos, os 35 fiscais do Ibama encontraram pintassilgos, espécie ameaçada de extinção. Além de galos de campina, jandaias, papa-capins, canários da terra, curiós e bem-te-vis, tico-ticos, canários da terra, corujas buraqueiras e papagaios engaiolados. A operação também resgatou 15 jabutis, um tatu e um veado catingueiro.
Gerusa Barbosa
Assessoria de Comunicação
Ministério do Meio Ambiente
+55 61 3317-1227/1165
Fax:+55 61 3317-1997

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Dia mundial pela limpeza das águas - 19 de Setembro

Portal do Meio Ambiente
CONVOCAÇÃO GERAL
O Instituto SOS Rios do Brasil convoca todos que valorizam nossas águas e sabem da sua importância para a vida no planeta:
Vamos comemorar com ações proativas as importantes datas do calendário ecológico!

19 set – Dia Mundial Pela Limpeza da Água(International Cleanup Day)

20 set - Dia Mundial de Limpeza de Praias, Mares e Oceanos (International Coastal Cleanup)

Prepare uma matéria ou chamadas em sua mídia, organize um mutirão com a turma de sua escola, universidade, ONG, clube de mergulho, grupo comunitário, comitê de bacia, igreja ou local de trabalho e arregacem as mangas para limpar seus rios, ribeirões, córregos, lagos, suas praias e até mesmo o oceano onde mergulha!Enviem a programação, os cartazes e fotos para publicação no Blog do SOS Rios do Brasil.

“ÁGUA – QUEM USA CUIDA”

Uma campanha do:
Instituto SOS Rios do Brasil
http://sosriosdobrasil.org/

Saudações eco-fluviais
Prof. Jarmuth AndradeInstituto SOS Rios do Brasil
Ajude a salvar nossos rios visitando e divulgando o blog: http://sosriosdobrasil.org/ - faça a sua parte!

Sabrina Domingos


As mudanças climáticas ainda causam muitas controvérsias entre os cientistas. Pesquisas diferentes com métodos diversos chegam, muitas vezes, a resultados totalmente distintos uns dos outros. Na última semana, por exemplo, dois estudos publicados em revistas científicas trouxeram dados novos sobre as conseqüências do aquecimento global previstas até hoje. Em contraponto às previsões existentes sobre o aumento do nível do mar, um estudo publicado na Revista Science define que a elevação dos oceanos não deverá ser superior a dois metros neste século. A expectativa, apresentada por cientistas do Instituto de Pesquisa Ártica e Alpina da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, é menos alarmista do que a apresentada pelo filme “Uma Verdade Inconveniente”, em que o ex-vice-presidente Al Gore alerta para a possibilidade de as águas subirem até seis metros no mesmo período.
Ainda em relação aquecimento global, um estudo publicado na Revista Nature esta semana afirma que as tempestades tropicais estão ficando mais fortes. A culpa sugere o artigo, pode ser das mudanças climáticas, em função justamente do aumento das temperaturas dos oceanos. Outros pesquisadores, no entanto, acreditam que o aquecimento pode reduzir a freqüência dos furacões.

Menos gelo, mais água

Mesmo a elevação de dois metros no nível do mar prevista pelos cientistas americanos seria catastrófica para muitos países litorâneos, que perderiam grande parte de seus territórios. Com apoio de membros de outras universidades dos Estados Unidos, o grupo de cientistas do Colorado mediu o aumento dos oceanos causado pelo degelo na Antártida, na Groenlândia e em outras plataformas de gelo e determinou que a elevação dos níveis do mar será de um a dois metros até final desse século.
"Mais de dois metros é fisicamente impossível", afirma Tad Pfeffer, um dos autores do estudo. Ele explica que essa altura só seria ultrapassada com um grande aumento na velocidade com que o gelo chega até o mar. "Simplesmente não existe uma maneira de o gelo chegar ao oceano tão rápido", admite. Utilizando a Groenlândia como exemplo, Pfeffer diz que, para o nível do oceano subir dois metros até 2100, todas as geleiras precisariam acelerar em 70 vezes o ritmo atual de deslocamento em direção ao mar.

Mais vento, mais forte

Liderados pelo meteorologista James Elsner, da Universidade do Estado da Flórida (EUA), os pesquisadores que escreveram o artigo para a Nature analisaram dados de satélite de tempestades tropicais desde 1981 e descobriram que a velocidade máxima dos ventos nos fenômenos mais fortes aumentou significativamente nos últimos anos, principalmente no Atlântico Norte e nos oceanos ao norte da Índia.
As tempestades tendem a formar ciclos por décadas, por isso é difícil definir ano a ano se o número de furacões realmente está crescendo. Em geral, a quantidade de tempestades em todo o mundo tem se mantido constante – o que leva alguns cientistas a defender até a redução na freqüência desses eventos. O estudo, por outro lado, argumenta que as temperaturas mais amenas da superfície do mar resultarão em tempestades mais fortes. A água mais quente dos oceanos permite que o fenômeno em formação capture mais ar quente, o que potencializa a tempestade.
“Os furacões são guiados pela transferência de energia entre o oceano e a atmosfera”, afirma o meteorologista Kerry Emanuel, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. “Quando aquecida, a água possui maior habilidade de se evaporar e um maior índice de evaporação produzirá furacões mais intensos”.

Incerteza

A discordância entre os pesquisadores é justificada pela falta de registros 100% confiáveis sobre furacões passados – por isso eles não têm como afirmar com certeza que o aumento recente na intensidade das tempestades não ocorreu anteriormente, anos antes de a Terra começar a aquecer.
O tempo é outra variável incerta, o que torna complicado definir precisamente como o aquecimento futuro pode afetar a formação das tempestades. Os modelos climáticos funcionam bem em nível global, mas raramente podem ser aplicados com segurança em áreas menores de 200 metros quadrados – espaço maior do que o atingido por muitos furacões.
“Não se trata de uma simples relação com a superfície do mar, é mais complicado do que isso e nós precisamos que os modelos sejam melhorados”, afirma Judith Curry, presidente da escola de ciências da terra e da atmosfera no Instituto de Tecnologia da Geórgia (EUA). Ela entende que a modelagem climática será aperfeiçoada para que se consiga entender melhor como o aquecimento irá intensificar as tempestades, mas alerta que esta é uma questão secundária. Curry afirma que, mais fortes ou não, os furacões continuarão a acontecer e que o primordial neste momento estar preparado para enfrentá-los.

Fonte: CarbonoBrasil / BBC News / Times Online.

Aquecimento Global: Nível dos mares pode acelerar em razão do derretimento da camada do gelo

Portal do Meio Ambiente
Segundo informou o diário britânico The Guardian, em sua edição de segunda-feira (01), até o fim do século, o nível dos mares poderá aumentar três vezes mais rápido do que agora, como resultado do crescente ritmo do degelo na Groenlândia.Segundo Ian Sample, do The Guardian, os pesquisadores concluíram que a água resultante do degelo terá o triplo da média atual, chegando a 9 mm ao ano, o que alcançará quase um metro por século.
Diz, ainda, que o nível do mar já mostra elevação como resultado das crescentes temperaturas, já que os oceanos expandem-se à medida em que aquecem. Até agora os cientistas tinham pouca compreensão sobre a velocidade com que as as camadas de gelo, como as da Groenlândia e da Antártica começarão a desaparecer.
Prossegue dizendo que já podem ser constatados sinais de que a cobertura de gelo da Groenlância, que cobre 1.7 milhões de Km2, já está em processo de derretimento mais rápido do que o esperado. Isso se deveria pelo acúmulo de água que escorre por entre as fissuras da camada de gelo, provocando o seu derretimento.
Os cientistas buscaram comprovação de resultados através do exame de registros geológicos e simulações feitas em computador para reproduzir o desaparecimento da última camada de gelo cuja extinção ocorreu há 20 mil anos no hemisfério norte, a Laurentide, que cobriu extensa região abrangendo parte do atual Canadá e Estados Unidos.
Fonte : Sgeral / The Guardian/UK.

Veneno liberado

Daniel Santini

Os morangos polpudos e tomates vistosos que você compra no supermercado podem ser veneno puro. A revisão dos componentes de agrotóxicos utilizados na produção de alimentos foi censurada após o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), associação que reúne as empresas do setor, entrar na Justiça pedindo a interrupção do trabalho.
Por determinação do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, da 13ª Vara Federal do Distrito Federal, os resultados de novos testes não poderão ser divulgados e agrotóxicos que podem trazer riscos à saúde continuarão a ser vendidos normalmente. Legumes, verduras e frutas podem estar contaminados. A decisão deixou indignados os técnicos responsáveis Justiça barra controle de agrotóxicos pela análise de ingredientes de 99 agrotóxicos regularmente comercializados no Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu pela reavaliação depois de Estados Unidos, União Européia e países asiáticos restringirem o uso de boa parte deles. “O consumidor está sendo afetado. Há produtos com alta toxidade, até cancerígenos. E nós continuamos usando, consumindo”, lamenta Rosany Bochner, Coordenadora do Sistema Nacional de Informações Toxicológicas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituto responsável pela reavaliação. “É um retrocesso. Fica claro o peso dessas empresas de um lado e a fragilidade da saúde do outro. Parece que os juízes não comem, não são parte da população. Eles não percebem a gravidade do caso”, diz.
A Sindag conseguiu, com base em um pedido de liminar, que as empresas possam seguir vendendo os agrotóxicos mesmo que a reavaliação sinalize riscos. A decisão do juiz foi criticada pela coordenadora de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do Ministério Público Federal, a subprocuradora-geral Sandra Cureau, que pretende recorrer e responsabilizar as indústrias por eventuais danos à saúde.
Ela critica o fato de o juiz ter citado os riscos dos agrotóxicos na sentença e, mesmo admitindo que não há urgência que justifi que o pedido


Fonte: Sgeral / Folha Universal.

Ingleses de olho na Amazônia

Portal do Meio Ambiente

Brasil e Inglaterra possuem mais afinidades do que se imagina. E elas não dizem respeito apenas ao futebol, inventado pelos ingleses e consagrado em solo brasileiro. A discussão em torno do movimento de responsabilidade social corporativa, que ganhou fôlego na Inglaterra, também tem conquistado cada vez mais adeptos no Brasil. E agora, mais uma vez, o País poderá beneficiar-se da última “moda” lançada na terra da Rainha: a construção de uma economia competitiva de baixa emissão de carbono. O ponto de mutação para ambas as nações pode estar no combate ao desmatamento, cujo impacto para o aquecimento global é, segundo o Relatório Stern, maior do que o do setor de transporte.
A Inglaterra estabeleceu metas para 2020 de redução de 26 a 32% das emissões de gases de efeito estufa em relação a 1990. No entanto, conforme o relatório “Mudanças climáticas: um assunto de todos”, elaborado pela da Confederação Britânica da Indústria (CBI), o governo dificilmente conseguirá diminuir seu inventário de emissões apenas com medidas adotadas no Reino Unido.
“Uma parceria internacional é fundamental para enfrentar o desafio das mudanças climáticas. Atualmente, os maiores responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa são os países desenvolvidos, mas as emissões produzidas por economias emergentes têm crescido de forma consistente e logo ultrapassarão às da Europa Ocidental e dos Estados Unidos”, aponta o documento.
Cerca de dois por cento das emissões globais de gases causadores do efeito estufa provém do Reino Unido, sobretudo as de dióxido de carbono, produto da queima de combustíveis fósseis para atender as necessidades de energia. Mas a "pegada de carbono" dos ingleses aumenta no mínimo 10%, se contabilizado o carbono emitido para produzir os artigos de consumo importados, assim como os bens e serviços para exportação.
A demanda dos países desenvolvidos por produtos, como óleo de palma, carne bovina e soja, ajuda a impulsionar o desmatamento, quando esses bens são produzidos de forma insustentável em florestas tropicais.
Consciente disso, o Príncipe Charles pretende colocar o combate ao desmatamento na pauta de discussões entre governos, empresas e organizações da sociedade civil. Por meio do Prince’s Rainforest Project, o herdeiro do trono britânico busca parceiros para desenvolver e propor mecanismos de reconhecimento do valor dos serviços ambientais prestados pelas florestas tropicais mundiais.
A iniciativa, anunciada em 2007, prevê quatro etapas de ação, a serem concluídas até 2009. Nesse ano, acontece a Convenção Mundial de Clima em Copenhague, ocasião em que se espera chegar à definição de um acordo para substituir o Protocolo de Kyoto, em vigor até 2012.
Em entrevista à Idéia Socioambiental, durante recente visita ao Brasil, James Heneage, diretor do Prince’s Rainforest Project, comentou sobre a mais importante iniciativa verde do palácio de Bunckingham e também sobre a percepção dos ingleses em relação ao desmatamento e o aquecimento global.

Idéia Socioambiental - Qual a proposta do Prince’s Rainforest Project?

James Heneage - Já estamos vivenciando o agravamento das mudanças climáticas e uma das principais causas desse desequilíbrio é a perda dos serviços ecossistêmicos oferecidos pelas florestas tropicais. O Príncipe Charles acredita que a única forma de preservar esses biomas, pela utilidade pública dos serviços prestados, é remunerar adequadamente os países que os abrigam. Por isso, criou o Prince’s Rainforest Project para integrar governos, empresas e organizações da sociedade civil em busca de alternativas para que a manutenção das florestas tropicais vivas passe a ser economicamente mais vantajosa do que destruí-las para desenvolvimento de outras atividades.

IS – Qual a imagem que os ingleses têm da Amazônia?

JH - Os britânicos aprendem sobre a biodiversidade das florestas tropicais nas escolas, sobre a exuberante riqueza de sua fauna e flora. Em alguns casos, vêem esses biomas como verdadeiros paraísos naturais. Por outro lado, ainda há pouco entendimento acerca das necessidades das pessoas que vivem nessas regiões que, muitas vezes, são encorajadas a ocupar as áreas para desenvolver atividades como a agricultura. No entanto, com as mudanças climáticas, eles começam a compreender a relação entre as florestas tropicais, o clima e a segurança alimentar, assim como a urgência de construir soluções para exploração sustentável desses biomas.

IS – Que papel caberá às empresas no Prince’s Project?

JH - A iniciativa Prince’s, ou qualquer projeto que seja, não pode deixar de considerar as lideranças do setor privado. As empresas, por meio de suas fundações corporativas e projetos de responsabilidade social, têm procurado responder aos anseios da sociedade por respostas para as crises de ordem econômica, ambiental e social. O projeto conta com o apoio de 16 companhias de diferentes setores empresariais (financeiro, industrial, energia, alimentação e mídia). Esses representantes compõem um comitê, junto com outros especialistas, que discutirão soluções inovadoras para combater o desmatamento.

IS - Que tipos de oportunidades de negócio o senhor vê para o desenvolvimento sustentável das florestas tropicais?

JH - Acredito que isso seja perfeitamente possível à medida que aprimorarmos a demanda por produtos e processos mais sustentáveis em toda a cadeia produtiva. Esse é um dos temas que traremos para discussão nessa segunda fase do projeto, acionando nossos contatos internacionais na área de negócios em busca de mecanismos para desenvolver mercados sustentáveis.

IS – Qual a sua avaliação do Protolo de Kyoto?

JH - Primeiramente, precisamos reconhecer os resultados obtidos até agora. O Protocolo de Kyoto é o único sistema que temos para redução das emissões de gases causadores do efeito estufa mundialmente, resultante de um doloroso processo de construção de consensos. O segundo ponto a se considerar é que os mecanismos de mercado estabelecidos pelo protocolo já estão disponíveis há 10 anos. Mesmo assim a lista de urgências no combate às mudanças climáticas ainda é colossal. Se nos esforçarmos para que cada vez mais países assinem o protocolo não vejo razão para que esse mecanismo não evolua mais rapidamente no futuro.

IS - Como o senhor tem visto o movimento de revisão de modelos mentais e de negócios na Inglaterra para construção de uma economia de baixo carbono?

JH - O Príncipe também está engajado nessa área e um de seus esforços tem sido discutir com as lideranças internacionais sobre formas de considerar externalidades nos modelos econômicos, mensurando o uso dos recursos naturais. O capitalismo trouxe tudo o que há de melhor e de pior para a nossa sociedade. Na direção de sanar o desequilíbrio que gerou, suas bases precisam ser revistas para conduzir-nos ao uso racional dos ecossistemas.

IS – O senhor acredita que as crises de ordem econômica, social e ambiental são, de alguma maneira, causadas pela falta de líderes que defendam a bandeira da sustentabilidade?

JH – As lideranças são extremamente necessárias. E percebo uma tendência de surgimento de líderes interessados pelas causas relacionadas a área ambiental e social, sobretudo nos países europeus. O Príncipe tem vantagens nesse sentido, na medida em que é internacionalmente reconhecido e independente por não ser político. Essas características, somadas a sua afinidade com a questão ambiental, facilitam o diálogo com diferentes grupos e a construção de pontes entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Prince’s Rainforests Project

Criado em 2007 pelo Príncipe Charles, o Prince’s Rainforest Project pretende agir como uma ponte entre governos, empresas e organizações da sociedade civil para identificar e desenvolver soluções práticas para combater o desmatamento.
Com uma equipe de 20 profissionais, a iniciativa conta com o apoio de representantes de empresas e organizações como o Banco Mundial, Barclays, Goldman Sachs, KPMG, Shell, entre outras.
Na primeira fase do projeto, foi realizada uma pesquisa para conhecer a receptividade a ações de preservação das florestas tropicais.
Entre março e abril de 2008, a Lippincott - empresa contratada para conduzir a consulta - entrevistou quatro mil pessoas no Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha e França. Mais da metade dos entrevistados reconheceu que o desmatamento contribui mais para o aquecimento global do que o setor de transportes.
Em uma segunda fase de engajamento, a equipe do Prince’s tem discutido estratégias de ação entre os diferentes segmentos. Até novembro deste ano, pretende-se anunciar as propostas resultantes desse diálogo. Por fim, planeja-se fazer uma campanha de comunicação para incluir o desmatamento na agenda internacional de discussão das mudanças climáticas.

Aquecimento global: uma oportunidade de remodelar a economia

A mensagem do relatório “Mudanças Climáticas: um assunto do interesse de todos”, da Confederação Britânica da Indústria (CBI), divulgado na última semana, é clara. Postergar o enfrentamento das mudanças climáticas só aumentará os custos para adaptação dos modelos atuais e fará com que o Reino Unido perca oportunidades comerciais que surgirão à medida que o mundo se volta para uma economia de baixa emissão de carbono.
Para elaboração do documento, a CBI reuniu líderes de importantes setores empresariais do Reino Unido, cujas empresas empregam quase dois milhões de pessoas ao redor do mundo e geram uma receita anual de aproximadamente um trilhão de libras esterlinas.
Durante 10 meses, o grupo de trabalho avaliou os benefícios econômicos e os custos de diferentes opções para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Segundo conclusão do grupo, para promover as mudanças necessárias para uma economia de baixa emissão de carbono, tanto os consumidores quanto as empresas precisam ser recompensados por tomar as decisões certas. “O carbono tem que ser cotado de acordo com a oferta e a demanda em um sistema de caráter transnacional, que propicie a redução das emissões e recompense o bom comportamento”, ressalta o relatório.
Veja o Gráfico Nível de preocupação das empresas inglesas em relação às mudanças climáticas aqui.

Fonte: Envolverde / Revista Idéia Socioambiental.

Embrapa: 7% do Bioma Amazônia são passíveis de ocupação

Portal do Meio Ambiente
Um estudo da unidade de monitoramento por satélite da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), de Campinas (SP), mostra que o aumento significativo das áreas destinadas à proteção ambiental e ao uso exclusivo de algumas populações reduziu de forma significativa as áreas passíveis de ocupação econômica urbana, industrial e agrícola. De acordo com o estudo, em termos legais, apenas 7% do bioma Amazônia e 33% do país seriam passíveis de ocupação.
É a primeira vez que o alcance territorial da legislação ambiental e das regras para ocupação do solo por índios, quilombolas e outras populações foi avaliado. O conjunto de todas as áreas protegidas levou a uma restrição legal de uso das terras sobre mais de 93% do bioma Amazônia, colocando na ilegalidade grande parte das atividades econômicas regionais, informou a Embrapa.
O pesquisador e chefe geral da unidade, Evaristo de Miranda, explicou que dos 4.240.605 km2 do bioma Amazônia, menos de 289.000 km2 estariam legalmente disponíveis para ocupação intensiva, seja agrícola, urbana ou industrial. No Brasil, seriam cerca de 2.841.000 km2, 33 % do território, o que corresponde quase à área já ocupada pela pecuária. "Onde colocar o que já está ocupado por áreas agrícolas, cidades, atividades energético-mineradoras, industriais e infra-estruturas?", indagou.
Para ele, os resultados da primeira fase da pesquisa da Embrapa são "inequívocos": para respeitar a legislação ambiental em vigor, por exemplo, em menos 7% da área do bioma Amazônia deveriam estar capitais, cidades e vilarejos, áreas de agricultura, indústrias, todas as obras de infra-estrutura, incluindo as do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e boa parte de seus quase 25 milhões de habitantes.
O problema, de acordo com ele, vai agravar-se. Existem propostas de novas unidades de conservação (UCs). Segundo mapeamento do Ibama, além das UCs já existentes, as novas áreas consideradas como alta, muito alta e extremamente alta para conservação prioritária da biodiversidade somam mais de 3.000.000 de km2. Há propostas de criação e ampliação de terras indígenas, de áreas para quilombolas e para reforma agrária.
Para Miranda, embora várias leis e iniciativas visassem a proteção ambiental, elas não contemplaram as realidades socio-econômicas existentes, nem a história da ocupação do Brasil. "Acabam trabalhando contra o meio ambiente e a sustentabilidade. Para o ordenamento territorial, a impressão é de que o Brasil acabou. A prosseguir o quadro atual de ilegalidade e confronto com a legitimidade de demandas sociais e econômicas, todos perdem. Perde-se também, sobretudo, a perspectiva do desenvolvimento sustentável", completou.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Desmatamento desigual


Estudo avalia as diferentes causas para a redução das áreas de floresta nos estados da Amazônia

Revista Ciência Hoje
A produção de madeira e a expansão da agropecuária estão entre os principais fatores por trás do desmatamento na Amazônia (foto: Wetlands International).
O desmatamento descontrolado na Amazônia brasileira é um problema grave, mas não acontece de forma uniforme na região. Um estudo feito na Universidade de São Paulo (USP) analisou as diferenças no padrão de desmatamento entre os estados da Amazônia Legal nos anos de 2000 e 2004 e os impactos sobre o bem-estar da população da região. Os resultados indicam que a derrubada das matas acontece em ritmos variados e por motivos diferentes de um estado para o outro.
A pesquisa apontou que os estados mais desmatados são os localizados ao sul da região, como Tocantins e Mato Grosso, principalmente por causa do avanço da agropecuária. Esses estados já não estão entre os que mais desmatam hoje, pois as áreas de florestas já estão bastante reduzidas. Os resultados do estudo foram apresentados na tese de doutorado do geógrafo Rodolfo Coelho Prates, defendida em junho no Departamento de Economia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), vinculada à USP.
De acordo com Prates, entre os principais fatores que causam o desmatamento estão o crescimento populacional, a produção de madeira, o aumento da malha rodoviária, a expansão da agricultura e dos rebanhos, aumento do crédito rural, entre outros. O discurso sobre o desmatamento na Amazônia dá a entender que se trata de um processo homogêneo, o que acaba por esconder seus diferentes padrões.
“A diminuição da área de floresta não é causada pelos mesmos agentes nem acontece na mesma velocidade nos diferentes estados”, explica Prates. “É preciso conhecer bem as causas para realizar políticas mais eficazes de preservação.”
No estado do Amazonas, por exemplo, os fatores de maior impacto são a extração de madeira e a expansão do crédito rural, que estimula pequenos agricultores. Já no caso de Mato Grosso, o terceiro estado com maior média de desmatamento na Amazônia Legal no período analisado, as principais causas seriam o crescimento da população e o aumento do preço da soja, que estimula o aumento das grandes plantações. No entanto, nos últimos anos – que não foram levados em conta no estudo de Prates –, esse estado acabou assumindo a liderança no desmatamento da Amazônia.

Relação com o bem-estar
A pesquisa também estudou a relação entre as áreas desmatadas e o bem-estar da população local. De acordo com Prates, houve pequenas alterações no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de municípios da região, apesar da melhoria mais significativa da renda da população.

“O desmatamento possibilita um aumento da produção, que por sua vez gera mais renda para as populações locais”, comenta. “Dessa forma, há reflexos no bem-estar dos habitantes”. No entanto, o preço sócio-ambiental a se pagar por isso é caro, já que o desmatamento também compromete a biodiversidade amazônica, contribui para o aquecimento global e afeta o ciclo de chuvas na região, entre inúmeros outros impactos.

A pesquisa aponta que não seria necessária a incorporação de mais terras para promover melhorias na região, e sim o uso mais racional das áreas já disponíveis. Além disso, haveria outras alternativas para melhorar a qualidade de vida da população que não causariam o desmatamento.
“Amapá e Roraima são os estados que mais investem no setor de serviços, o que contribui para os altos índices de bem-estar da população”, afirma Prates. “E nesses estados, o desmatamento contribui muito pouco para o bem-estar da população local”.
Igor Waltz
Especial para a CH On-line
02/09/2008

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Os Doze Princípios do Consumo Consciente:


1. Planeje suas compras

Não seja impulsivo nas compras. A impulsividade é inimiga do consumo consciente. Planeje antecipadamente e, com isso, compre menos e melhor.

2. Avalie os impactos de seu consumo

Leve em consideração o meio ambiente e a sociedade em suas escolhas de consumo.

3. Consuma apenas o necessário

Reflita sobre suas reais necessidades e procure viver com menos.

4. Reutilize produtos e embalagens

Não compre outra vez o que você pode consertar, transformar e reutilizar.

5. Separe seu lixo

Recicle e contribua para a economia de recursos naturais, a redução da degradação ambiental e a geração de empregos.

6. Tome crédito conscientemente

Pense bem se o que você vai comprar a crédito não pode esperar e esteja certo de que poderá pagar as prestações.

7. Conheça e valorize as práticas de responsabilidade social das empresas

Em suas escolhas de consumo, não olhe apenas preço e qualidade. Valorize as empresas em função de sua responsabilidade para com os funcionários, a sociedade e o meio ambiente.

8. Não compre produtos piratas ou contrabandeados

Compre sempre do comércio legalizado e, dessa forma, contribua para gerar empregos estáveis e para combater o crime organizado e a violência.

9. Contribua para a melhoria de produtos e serviços

Adote uma postura ativa e envie às empresas sugestões e críticas construtivas sobre seus produtos/serviços.

10. Divulgue o consumo consciente

Seja um militante da causa: sensibilize outros consumidores e dissemine informações, valores e práticas do consumo consciente. Monte grupos para mobilizar seus familiares, amigos e pessoas mais próximas.

11. Cobre dos políticos

Exija de partidos, candidatos e governantes propostas e ações que viabilizem e aprofundem a prática do consumo consciente.

12. Reflita sobre seus valores

Avalie constantemente os princípios que guiam suas escolhas e seus hábitos de consumo.

Fonte: Instituto Akatu

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Caatinga, muito prazer

Estudo mostra que esse bioma pouco conhecido e desvalorizado sofre com a degradação.
A caatinga está em risco: estudo revela que 59% da vegetação original desse bioma já sofreu algum tipo modificação por atividades humanas. Imagens de satélite e visitas de campo serviram de base para os autores de uma pesquisa que mapeou a degradação dessa vegetação em áreas com mais de 40 hectares em todos os estados nos quais o bioma está presente. Para os cientistas, a constatação da grande depredação evidencia a necessidade de medidas urgentes para a preservação da caatinga, que hoje só tem 1% de sua área inclusa em unidades de conservação.

“A Amazônia tem que lidar com a pressão internacional; a mata atlântica e o cerrado são defendidos por organizações não-governamentais por serem centros de grande diversidade. Mas, e a caatinga? Ela foi esquecida. É preciso apresentá-la às pessoas. É preciso mostrar o seu verdadeiro potencial”, diz o geocientista Washington Rocha, do Departamento de Ciências Exatas da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), na Bahia, e um dos integrantes da equipe que realizou o trabalho.
A vegetação da caatinga não é uniforme e não se limita às imagens freqüentemente associadas a esse bioma no imaginário popular (foto: Allan Patrick).

Rocha afirma que pesquisas recentes confirmam esse potencial ao apontar a diversidade e o alto grau de endemismo da caatinga e a possibilidade de exploração econômica de seus recursos. Além disso, ele lembra que conhecer e usar racionalmente esse potencial são maneiras de frear os motores da degradação ambiental – no caso, a extração de madeira para uso industrial, principalmente nas fábricas de gesso, e a expansão de cultivos como o da cana-de-açúcar.

Um dos pontos polêmicos do estudo foi a metodologia usada. Rocha conta que muitos pesquisadores defendem que a caatinga não pode ser considerada uniforme e alegam que, na verdade, existem várias caatingas. A metodologia do trabalho, no entanto, não considera esse fato e distingue a vegetação por sua densidade, e não pela sua composição.

O método é o mesmo empregado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em trabalhos anteriores e em pesquisas simultâneas em outros biomas. “A idéia foi possibilitar a comparação entre os dados. Mas é claro que para realizar um monitoramento mais qualitativo será preciso usar uma abordagem que diferencie os vários tipos de caatinga”, diz Rocha.

Alteração pela ação humana
Para considerar uma área como remanescente da caatinga original, os cientistas verificaram a ocorrência, ou ausência, de interferência humana sob várias formas. Se houvesse, por exemplo, evidências de pastoreio ou a presença de trilhas muito demarcadas, o local era considerado alterado pela ação humana.

“Isso significa dizer que nem todo local que identificamos como submetido a essa atividade estava totalmente ausente de vegetação. Ao contrário, há locais em que o ser humano e caatinga convivem, mas são áreas que não consideramos como representantes da vegetação original.”

Os resultados do trabalho auxiliaram o Ministério do Meio Ambiente (MMA) na revisão das áreas prioritárias para conservação da caatinga. Segundo Rocha, esse é o primeiro passo para o estabelecimento de novas áreas protegidas. O pesquisador lembra, no entanto, que entre a identificação dos locais e a efetivação de novas unidades de conservação há um longo caminho a trilhar.

“De qualquer modo, é importante mostrarmos quais as áreas mais relevantes para a conservação e quais ainda têm extensão considerável, porque a existência apenas de pequenos núcleos isolados empobrece a vegetação, diminui a diversidade genética”, conclui.

Mariana Ferraz
Ciência Hoje / RJ



Quantas espécies de cobras venenosas existem no Brasil?

Pergunta de Gustavo Pacheco da Silva, por correio eletrônico

A jararaca-do-rabo-branco (Bothrops leucurus) pertence ao gênero responsável por nove entre dez acidentes com serpentes peçonhentas no Brasil (foto: Ivan Sazima). No mundo existem por volta de 2.930 espécies de cobras ou serpentes. O Brasil abriga 321 delas – aproximadamente 10% do total –, das quais apenas 36 são peçonhentas. As serpentes peçonhentas brasileiras são divididas em duas famílias: Viperidae e Elapidae. A família Viperidae é composta por cinco gêneros, sendo os mais conhecidos o gênero Bothrops, que inclui espécies como a jararaca, o urutu-cruzeiro e a jararacussu; o gênero Crotalus, ao qual pertence a cascavel; e o gênero Lachesis, cuja espécie mais conhecida é a surucucu-pico-de-jaca. Já a família Elapidae é composta por dois gêneros, Leptomicrurus e Micrurus, e as espécies de ambos são chamadas vulgarmente de corais verdadeiras. A ocorrência de acidente ofídico está geralmente relacionada a fatores climáticos e ao aumento da atividade humana no campo. O pé e a perna das pessoas são os locais mais atingidos (71% dos casos), seguidos da mão e do antebraço (13% dos casos). Segundo a Coordenação Nacional de Controle de Zoonoses e Animais Peçonhentos (CNCZAP), 90,5% dos acidentes ofídicos são causados pelo gênero Bothrops, 7,7% pelo gênero Crotalus, 1,4% pelo gênero Lachesis e 0,4% pelo gênero Micrurus. É bom lembrar que, caso uma pessoa seja picada por uma cobra, não se deve fazer torniquete, cortar ou furar a região da picada. A vítima deve ser mantida em repouso e levada com urgência para o atendimento médico.

Kathleen Fernandes Grego
Laboratório de Herpetologia,
Instituto Butantan (SP)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Mamífero Ameaçado!

Por:Sandoval Amorim
Visitando o parque estadual Governador Rollemberg Leite em Aracaju-Se, pude finalmente conhecer a suçuarana, um felino da caatinga ameaçado de extinção, ele é capaz de pular cerca de seis metros e consegue saltar de uma altura de até quinze metros, o corpo pode chegar a aproximadamente dois metros de comprimento, é esguio podendo ter em média de 40 a 70 quilos dependendo do sexo do animal.

Ele sobrevive nas mais diversas regiões (pantanal, caatinga, mata atlântica, campos e regiões montanhosas), porém é importante frisar que este animal se alimenta de outros animais menores (veados, cutia, caititu, preá etc.), ele gosta de sair principalmente no final da tarde, não gosta de se afastar muito de sua moradia. Quando captura uma presa se não conseguir devorar naquele momento acaba enterrando o restante para comer depois.

A ameaça sofrida por este animal se deve principalmente ao desmatamento da região da caatinga, pois temos o péssimo hábito de admirar aquilo que é de outra região e não conseguimos visualizar a beleza do que está a nossa volta. Quem nunca sentou diante da televisão para assistir a uma reportagem de um safári na África, mostrando seus felinos caçando suas presas? Quem já saiu de casa para vislumbrar a beleza da fauna e da flora da caatinga?
Engano de quem ainda pensa que na caatinga não tem tantas belezas naturais!

Declaração Universal dos Direitos dos Animais


Assim como os humanos, os bichos também têm seus direitos. E, para garanti-los, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) que se encarrega de promover a paz e os direitos entre os homens proclamou a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, em 15 de outubro de 1978, em sua sede em Paris, na França.

ARTIGO I
Todos os animais nascem iguais diante da vida e têm o mesmo direito à existência.

ARTIGO II
a) Cada animal tem direito ao respeito.
b) O homem, enquanto espécie animal, não pode atribuir-se o direito de exterminar outros animais ou explorá-los, violando esse direito. Ele tem o dever de colocar sua consciência a serviço de outros animais.
c) Cada animal tem direito à cura e à proteção do homem.

ARTIGO III
a) Nenhum animal será submetido a maus-tratos e atos cruéis.
b) Se a morte de um animal é necessária, deve ser instantânea, sem dor nem angústia.

ARTIGO IV
a) Cada animal que pertence a uma espécie selvagem tem o direito de viver livre no seu ambiente natural terrestre, aéreo ou aquático e tem o direito de reproduzir-se.
b) A privação da liberdade, ainda que para fins educativos, é contrária a esse direito.

ARTIGO V
a) Cada animal pertencente a uma espécie que vive habitualmente no ambiente do homem tem o direito de viver e crescer segundo o ritmo e as condições de vida e de liberdade que são próprias de sua espécie.
b) Toda modificação imposta pelo homem para fins mercantis é contrária a esse direito.

ARTIGO VI
a) Cada animal que o homem escolher para companheiro tem direito a um período de vida conforme sua longevidade natural.
b) O abandono de um animal é um ato cruel e degradante.

ARTIGO VII
Cada animal que trabalha tem direito a uma razoável limitação do tempo e intensidade do trabalho e a uma alimentação adequada e ao repouso.

ARTIGO VIII
a) A experimentação animal que implique sofrimento físico é incompatível com os direitos do animal, quer seja uma experiência médica, científica, comercial ou qualquer outra.
b) As técnicas substitutivas devem ser utilizadas e desenvolvidas.

ARTIGO IX
No caso de o animal ser criado para servir de alimentação, deve ser nutrido, alojado, transportado e morto sem que para ele resultem ansiedade e dor.

ARTIGO X
Nenhum animal deve ser usado para divertimento do homem. A exibição dos animais e os espetáculos que utilizam animais são incompatíveis com a dignidade do animal.

ARTIGO XI
O ato que leva à morte de um animal sem necessidade é um biocídio, ou seja, delito contra a espécie.

ARTIGO XII
a) Cada ato que leve à morte um grande número de animais selvagens é um genocídio, ou seja, um delito contra a espécie.
b) O aniquilamento e a destruição do meio ambiente natural levam ao genocídio.

ARTIGO XIII
a) O animal morto deve ser tratado com respeito.
b) As cenas de violência de que os animais são vítimas devem ser proibidas no cinema e na televisão, a menos que tenham como foco mostrar os atentados aos direitos do animal.

ARTIGO XIV
a) As associações de proteção e de salvaguarda dos animais devem ser representadas em nível de governo.
b) Os direitos dos animais devem ser defendidos por leis, como os direitos do homem

Ciência Hoje das Crianças

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Quantos anos você ainda pretende viver?

Mudança climática pode matar milhões de pessoas nos próximos 20 anos

A mudança climática pode provocar a morte de milhões de pessoas nos próximos 20 anos em razão de seus efeitos sobre a nutrição e as doenças, segundo especialistas reunidos em Libreville para uma conferência interministerial sobre a saúde e o meio ambiente na África."Hipócrates já dizia que, para estudar medicina, é preciso estudar o clima. A mudança climática teria efeitos diretos e indiretos sobre a saúde das pessoas.
Diretos com os desastres, as inundações, as secas, mas também indiretos com as doenças", analisou a doutora espanhola Maria Neira, diretora do departamento de Saúde pública e meio ambiente da Organização Mundial da Saúde (OMS)."Entre a segunda metade dos anos 1970 e os anos 2000, a mudança climática foi responsável por aproximadamente 150.000 mortes suplementares por ano.
Ela atingiu de modo esmagador as populações mais pobres. Segundo nossas estimativas, os dados devem aumentar, e ainda estamos considerando apenas uma parte das causas (de mortes decorrentes da mudança climática). É somente a parte imersa do iceberg", afirmou à AFP o pesquisador Diarmid Campbell-Lendrum, especialista do assunto na OMS."Neste ritmo, o número de mortos, causados diretamente pela mudança climática, ficará em milhões daqui 20 anos", disse paralelamente à conferência interministerial sobre a saúde e o meio ambiente na África, que está sendo realizada esta semana.
A malária, por exemplo, deixa um milhão de mortos por ano e atinge vários milhões de pessoas. "Já temos um grande problema de malária, e a mudança climática vai torná-lo ainda mais difícil. A temperatura influencia sobre a sobrevivência dos mosquitos e sobre os parasitas (que transmitem a malária) dos mosquitos. Em geral, quando mais calor, mais alta é a taxa de infecção", explicou o doutor Campbell-Lendrum.Com o aumento das temperaturas e do número de inundações, a malária já está aparecendo em regiões que ainda não tinham registrado casos da doença.Outra fonte de preocupação, as doenças diarréicas. Neste caso, a temperatura desempenha um papel crucial. "Em inúmeros casos, a bactéria que infecta a água ou o alimento sobrevive melhor a uma temperatura mais elevada.
Mas, o aumento do número de inundações e, sobretudo, das secas, vai contaminar as fontes de água. Por exemplo, em períodos de seca, as pessoas estocam água durante muito tempo e lavam menos as mãos", explicou o pesquisador.
"Uma de nossas maiores preocupações é a subnutrição. Este é o principal fator de má saúde e ela mata 3,5 milhões de pessoas por ano. (Com a mudança climática), a produção de alimentos deve aumentar ligeiramente em países ricos, mas deve cair em torno do Equador. Os que mais precisa de alimentos terão menos", destacou o doutor Campbell-Lendrum.
No entanto, como destacou Banon Siaka, um engenheiro de Burkina Faso, "concordamos com esta constatação, mas existe um desafio: como se desenvolver e poluir menos? É difícil"."Os países africanos são os que menos contribuíram para a mudança climática e são eles que sofrem mais", disse a doutora Neira."Nós não queremos em caso algum comprometer a luta contra a pobreza nos países mais pobres.
Os países ricos, que contribuíram para a maior parte do problema, devem dar o primeiro passo", afirmou o doutor Campbell-Lendrum."Exemplos de desenvolvimento durável podem permitir também reduzir as emissões de fases do efeito estufa e melhorar a saúde", garantiu. Não é uma escolha entre desenvolver e não desenvolver, mas como desenvolver." (Fonte: Yahoo!)
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, um organismo formado por duas organizações das Nações Unidas, nomeadamente a Organização Meteorológica Mundial e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, prepara-se para anunciar que a causa provável do Aquecimento Global é mesmo o próprio homem.
Provável? Sim, bastante provável até, com uma probabilidade superior a noventa por cento diz o mesmo painel. Afinal, e ao contrário do que alguns, poucos, cientistas continuam a teimar, o Aquecimento Global não é mais um ciclo da vida do nosso planeta, mas sim um problema nosso. E enquanto se discute, se o Homem é ou não culpado pelo Aquecimento Global, o mundo continua a sofrer. A sofrer e a piorar.
Ano após ano, temos vindo a notar, por este mundo fora, as Mudanças Climatéricas a surtirem efeito. Mas, mesmo assim, pouco (ou nada) é feito para inverter esta tendência. Até quando, é que os líderes mundiais, irão continuar a adiar, mais uma vez, uma estratégia, que tente combater este "erro humano"?

O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO PARA MELHORAR ESSE TERRÍVEL QUADRO? DE BRAÇOS CRUZADOS VOCÊ NÃO VAI CHEGAR AOS 95/100 ANOS COMO SEUS AVÓS !!!

VAMOS FAZER A NOSSA PARTE?
Saudações eco-fluviais
Prof. Jarmuth Andrade

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Prêmio escolhe nome para novas espécies botânicas


Portal do Meio Ambiente

Seis brasileiros com destacada atuação no cenário nacional, a serem escolhidos por voto popular, darão seus nomes a espécies botânicas recém-descobertas na Reserva Natural da empresa Vale do Rio Doce, localizada em Linhares, no norte do Espírito Santo (ES). Esta é a principal ação do Prêmio Brasileiro Imortal, lançado no dia 11 de julho, na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio. Ainda na direção do compromisso com a sustentabilidade, o presidente da Vale, Roger Agnelli, e o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, assinaram um termo de compromisso prevendo que a companhia exija de clientes a comprovação da legalidade da madeira e do carvão vegetal utilizados na cadeia produtiva.
A escolha dos nomes das novas espécies será feita por meio de uma eleição através do site www.brasileiroimortal.com.br. Um selo com o nome e a ilustração das espécies homenageará os vencedores da premiação, que terá duas categorias - uma nacional e outra regional, para cada uma das cinco regiões brasileiras. Os indicados para a votação são: o jornalista José Hamilton Ribeiro, o cientista José Mario Ayres, o biólogo e conservacionista Paulo Nogueira Neto, o ecofisiologista Adalberto Luis Val, dom Alcimar Caldas Magalhães, a escritora e poetisa Zeneida Lima, o artista plástico José Francisco Borges, o professor João Abner, a escritora Rachel de Queiroz, o ambientalista Ezechias Paulo Heringer, o poeta Manoel de Barros, o introdutor da Eco-história na moderna historiografia Paulo Bertran, o geógrafo e professor Aziz Ab Saber, o conservacionista Ibsen de Gusmão Câmara, o músico e compositor Tom Jobim, o médico veterinário Clovis Schrappe Borges, o farmacêutico e bioquímico Miguel Krisgner e o pesquisador Oldemar Carvalho Júnior. O prazo para a votação vai até 30 de setembro.
Com o Brasileiro Imortal, a Vale pretende dar visibilidade as suas ações sustentáveis, em especial, ao trabalho desenvolvido na Reserva Natural. Desde que a empresa a adquiriu, nos anos 50, até hoje, já foram descobertas na região 96 espécies da flora brasileira. A reserva é a maior área de Mata Atlântica em relevo plano do Brasil. Além da preservação, a empresa desenvolve no local pesquisas científicas de repercussão para o meio ambiente, essenciais para a conservação e recuperação de ecossistemas tropicais.