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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

DNA verde e amarelo: feijão transgênico é aprovado no Brasil

Fonte: Redação CIB (15/09/2011)

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou hoje a liberação para cultivo comercial do feijão geneticamente modificado (GM) resistente ao vírus do mosaico dourado, pior inimigo da cultura no Brasil e na América do Sul.

Desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o feijão é a primeira planta transgênica totalmente produzida por instituições públicas de pesquisa a ser aprovada comercialmente. Foram quase 10 anos de pesquisa em parceria entre a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia – Cenargen e Embrapa Arroz e Feijão.

“Nos testes de campo realizados, mesmo com muita presença da mosca branca, inseto que transmite o vírus do mosaico, a planta transgênica não foi infectada pela doença”, afirma Francisco Aragão, pesquisador do Cenargen e um dos responsáveis pelo projeto.

Importância social, ambiental e econômica

O feijão é uma cultura de extrema relevância social, especialmente na América Latina e na África, sendo a leguminosa mais importante na alimentação de mais de 500 milhões de pessoas. No Brasil, é a principal fonte vegetal de proteínas e de ferro e, associado ao arroz, resulta em uma mistura ainda mais nutritiva.

A produção mundial de feijão é de mais de 21 milhões de toneladas. O Brasil ocupa o segundo lugar nesse ranking e a planta é produzida principalmente por pequenos agricultores, com cerca de 80% da produção e da área cultivada em propriedades com menos de 100 hectares. Uma vez que o vírus do mosaico dourado atinge a plantação ainda na fase inicial, pode causar perdas de até 100% na produção. Segundo estimativas da Embrapa Arroz e Feijão, os danos causados pela doença seriam suficientes para alimentar até 10 milhões de pessoas.

O feijão transgênico apresentou vantagens econômicas e ambientais, a exemplo da diminuição das perdas, a garantia das colheitas e a redução da aplicação de defensivos. Com a aprovação, as sementes transgênicas serão multiplicadas e devem chegar ao mercado em dois ou três anos.

“Todas as análises de segurança foram realizadas e o feijão geneticamente modificado é tão ou mais seguro que as variedades convencionais, tanto para o consumo humano quanto para o meio ambiente”, ressalta Aragão.

Nova tecnologia

Os pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Francisco Aragão, e da Embrapa Arroz e Feijão, Josias Faria, utilizaram quatro estratégias de transformação genética.

Em linhas gerais, eles modificaram geneticamente a planta para que ela produzisse pequenos fragmentos de RNA responsáveis pela ativação de seu mecanismo de defesa contra o vírus mosaico dourado, devastador à lavoura.

"Mimetizamos o sistema natural", diz Francisco Aragão, explicando que a grande vantagem dessa nova técnica é que não há produção de novas proteínas nas plantas, e consequentemente não há potencial de alergenicidade e toxidez. Além disso, os fragmentos de RNA podem causar resistência a várias estirpes do mesmo vírus.

*Com informações da Embrapa.
Para acompanhar o feijão transgênico (cuja liberação comercial no Brasil foi aprovada em setembro) no prato, nada melhor que uma porção de arroz também transgênico. Mas este terá que ser importado. No início de 2013 devem começar o cultivo de uma variedade transgênica do grão em Bangladesh e nas Filipinas, países onde suas populações são devoradoras do produto. O arroz dourado é um produto transgênico que promete reduzir em mais de 35% a mortalidade infantil nos países subdesenvolvidos que sofrem com a falta de alimentos. O arroz tradicional alimenta metade da população mundial, mas infelizmente ele não é rico em nutrientes, apenas em carboidratos. Em muitos países, famílias pobres têm uma dieta composta quase que exclusivamente por arroz. Essas crianças e mães sofrem carência de vitamina A, que pode provocar cegueira ou levar à morte. A solução foi incorporar, por engenharia genética, o elemento beta-caroteno ao arroz comum, que é convertido no organismo em vitamina A. O beta-caroteno dá a cor laranja às cenouras e é a razão pela qual o arroz geneticamente modificado é dourado. Apenas 40 gramas de arroz dourado por dia são suficientes para suprir a carência da vitamina.


Fonte: NE10 - 04 de outubro de 2011




DNA de rato pode estar relacionado com longevidade

Será que o segredo da juventude eterna se esconde no DNA de um rato pelado... e feio, muito feio? Colocada nesses termos, a possibilidade parece absurda, mas o genoma do roedor desnudo em questão – o rato-toupeira-pelado, ou Heterocephalus glaber, como preferem os cientistas – talvez traga pistas importantes sobre como mamíferos como eles e nós envelhecemos e lidamos com o câncer. Isso porque essa criatura bizarra cujo DNA acaba de ser decifrado, é o Matusalém dos roedores. Enquanto outros ratos, como os que povoam esgotos, têm expectativa de vida de aproximadamente dois anos, o H. glaber, nativo da savana da África Oriental, pode até chegar à casa dos 30. O bicho aparentemente consegue isso sendo praticamente à prova de câncer, por exemplo. Outra incrível característica é que o processo de envelhecimento das criaturas é quase imperceptível. De posse do genoma dos rato-toupeira-pelado, cientistas agora poderão descobrir o que esses bichinhos feios têm de especial. E, quem sabe, replicar essas características nos humanos. Desde, é claro, que não comprometa a nossa aparência.

domingo, 2 de outubro de 2011

Troca-troca genético



Por: Leila Macedo Oda, Associação Nacional de Biossegurança, Fundação Oswaldo Cruz, e Júlia Dias Carneiro, Instituto Ciência Hoje/RJ.


Já viu porco com patas e focinho coloridos? E cabra que dá leite capaz acelerar a cicatrização de ferimentos? Ao contrário do que você possa estar pensando, não estamos falando de criaturas de filmes de ficção. Esses animais são resultado de experimentos científicos de verdade! Se você tiver curiosidade, podemos conversar sobre como essas e outras modificações nos seres vivos são possíveis e por que os cientistas fazem isso. Que tal?

A cabra e o porco citados acima são apenas exemplos curiosos de seres vivos que receberam características de outras espécies. O porco ganhou a coloração de um tipo de alga-marinha. Já na cabra foi introduzida uma característica do sangue humano responsável pela coagulação, isto é, por evitar hemorragias em cirurgias ou quando você se corta. Como assim?

Bem, todos os animais e plantas têm dentro de suas células um conjunto de códigos que os fazem ser do jeito que são. Nos seres humanos, por exemplo, esse conjunto de códigos é responsável por termos dois braços, duas pernas, dois olhos, duas orelhas, um nariz, uma boca, um coração, dois rins... Enfim, por tudo que nos faz ter aparência humana por dentro e por fora. No caso de uma galinha, seu conjunto de códigos é responsável pelas características físicas que ele apresenta. E, assim, cada ser vivo tem o seu próprio conjunto de códigos, que se chama DNA. Guardou isso? Então, vamos adiante porque a conversa está só esquentando!

Você agora precisa saber que cada código que forma esse conjunto recebe o nome de gene e que cada gene tem a sua função. De novo, vamos pensar em nós, humanos: temos genes responsáveis pelo formato das nossas orelhas; pela cor dos nossos olhos; pela produção de substâncias que nos permitem digerir os alimentos... Enfim, como temos muitas características, nosso DNA é formado por milhares de genes.

Pense bem: se cada espécie de animal e de planta tem características próprias determinadas pelo conjunto de seus genes -- isto é, pelo seu DNA --, o que acontece se os cientistas transferem certo gene de uma espécie para outra? A espécie que receber o gene irá desenvolver uma característica que não era sua naturalmente, certo? Pois foi exatamente isso que aconteceu com a cabra ao receber o gene do homem responsável pelo desenvolvimento do fator de coagulação humano no seu leite. E também com o porco, que recebeu da alga-marinha o gene responsável pela sua cor.

Quando um ser vivo recebe um gene de uma outra espécie de animal ou vegetal, ele é chamado transgênico. Mas os cientistas podem também transferir genes entre seres da mesma espécie, esses são chamados organismos geneticamente modificados.

Leila Macedo Oda,
Associação Nacional de Biossegurança
Fundação Oswaldo Cruz;
Júlia Dias Carneiro,
Instituto Ciência Hoje/RJ.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Maioria dos refugiados somalis na Etiópia são crianças, afirma ONU

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) afirmou hoje (06/09) que crianças constituem a maioria dos refugiados somalis nos campos da Etiópia. Na área de Dollo Ado, 80% dos 121 mil refugiados são crianças e jovens com menos de 18 anos, enquanto no campo Kobe a proporção de crianças chega a 88,6% entre os mais de 25 mil refugiados.

Segundo o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards, a maioria das famílias nos campos são chefiadas por mulheres com um grande número de crianças. As mulheres relataram a funcionários da agência que muitos homens permanecem na Somália por temerem ataques de grupos armados no caminho para os campos de refugiados. Além disso, muitos deles preferem permanecer em suas vilas para tentar proteger suas propriedades e cuidar daqueles que estão muito frágeis para viajar.

Edwards afirmou que é preocupante também o número de crianças separadas de suas famílias ou desacompanhadas – o número pode chegar a 2.500 crianças nos quatro campos da Etiópia. Ele disse que está sendo realizado um rastreamento nos campos em Dollo Ado para haver um maior entendimento da dimensão do problema e para determinar o que seria melhor para estas crianças.

Enquanto isso, o ACNUR continua fornecendo itens de emergência para as pessoas que têm recebido ajuda alimentar de outras agências em áreas atingidas pela epidemia de fome no sul da Somália. De acordo com o representante da agência no país, Bruno Geddo, é essencial que a ajuda seja distribuída em grandes quantidades e o mais rápido possível no interior da Somália, para manter o recente decréscimo no número de refugiados chegando à Etiópia e ao Quênia.

(ONU Brasil)

“O uso de agrotóxicos no Brasil é abusivo, exagerado e incontrolável”

por Redação IHU

“Os agrotóxicos são usados sem nenhum controle pela sociedade brasileira. Seu uso está sob os interesses do que se chama de agronegócio”, constata o professor José Juliano de Carvalho, na entrevista a seguir, concedida por telefone para a IHU On-Line.
Professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Carvalho tem percebido a destruição e a inviabilização da agricultura familiar não apenas pelo agrotóxico, mas pelo conjunto do modelo do agronegócio. “É preciso que se institua a regulação do agronegócio. Senão, pega-se um investimento público feito para a agricultura familiar ou para áreas de assentamento e deixa-se que essa área seja dominada por monoculturas ligadas ao agronegócio, com uso de agrotóxicos, transgênicos, prejudicando assim todas as pessoas que ali estão.”

José Juliano de Carvalho Filho possui graduação e doutorado em Economia pela Universidade de São Paulo, e pós-doutorado pela Ohio State University. Além de professor, integra a Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra).

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Qual sua opinião em relação ao uso de agrotóxicos no Brasil?

José Juliano de Carvalho – Minha atividade de pesquisa junto às populações camponesas durante muitos anos me colocou em contato com os efeitos do agrotóxico. Mas o que importa é discutir esse modelo que se chama de agronegócio. Não se trata de uma simples técnica. É um modelo com efeitos perversos para a economia nacional, que nos faz voltar ao passado em relação à exportação de produtos primários e, o pior, com a dependência de poucas empresas multinacionais.

O agrotóxico, evidentemente, está ligado à questão das patentes e dos transgênicos. E os efeitos do enorme consumo de agrotóxicos no Brasil, que chega a 5,7 litros de veneno por habitante, estão ligados a esse modelo.

Isto tudo está dentro de uma questão maior, a questão agrária, que se caracteriza aqui no Brasil pela concentração fundiária, que está crescendo.

Os agrotóxicos são usados sem nenhum controle pela sociedade brasileira. Seu uso está sob os interesses do que se chama de agronegócio. Olhando para o campo, veremos que há um mecanismo que torna o governo refém dos ruralistas. Neste mecanismo, está embutida a própria questão macroeconômica, que tem um déficit crescente em contas correntes. Isto implica pressão para se exportar mais commodities e o governo acaba ficando refém.

Basta olhar para o Congresso Nacional e ver que ali há um domínio muito amplo dessas forças, que eu considero as mais retrógradas do país. Tenho visto muito a destruição e a inviabilização da agricultura familiar. Não só por causa do agrotóxico, mas pelo conjunto do modelo do agronegócio.

Um caso emblemático no Rio Grande do Sul é a detecção do agrotóxico no leite materno. A mãe, ao amamentar, envenena o filho com o próprio leite. Isto é um absurdo, um descontrole total. Minha opinião sobre o uso de agrotóxicos no Brasil é que é abusivo, exagerado, incontrolável.

Ficou muito mais difícil para a agricultura familiar. Quando se fala em integração da agricultura familiar com a indústria, eu vejo mais uma relação de subordinação. O Brasil se sujeita a se entregar à economia mundial num lugar subalterno e sob o domínio de grandes empresas multinacionais. Elas fazem o que querem aqui, sem regulação e com domínio total. E não são punidas por seus crimes.

IHU On-Line – Então o impacto do uso de agrotóxicos pode prejudicar a economia brasileira?

José Juliano de Carvalho – Penso que sim. E falo do impacto do pacote inteiro do modelo do agronegócio. Existe um eufemismo em torno disso, que vem dos Estados Unidos com o agrobusiness. O modelo inteiro prejudica o agrotóxico, inclusive, visto que ele está junto. É preciso que se institua a regulação do agronegócio. Senão, pega-se um investimento público feito para a agricultura familiar ou para áreas de assentamento e deixa-se que essa área seja dominada por monoculturas ligadas ao agronegócio, com uso de agrotóxicos, transgênicos, prejudicando assim todas as pessoas que ali estão.

IHU On-Line – O Brasil é um dos países que mais utilizam agrotóxicos. O que isto revela sobre a posição brasileira em relação ao futuro da agricultura?

José Juliano de Carvalho –
Isto revela a subordinação brasileira na nova divisão internacional do trabalho. A nós coube voltar nossa pauta de exportação para os produtos primários, vendendo etanol, massa de celulose, soja, sempre com pouco valor agregado. Estamos nos colocando não como o país do futuro, mas como subalternos. Continuaremos sendo periferia.

IHU On-Line – Por que os países em desenvolvimento são os que mais utilizam agrotóxicos?

José Juliano de Carvalho –
Porque eles são dominados pelas empresas, que têm um domínio inclusive sobre as terras. E a tática que essas empresas usam é do jogo mais baixo possível. Fazem de tudo, até suborno. Isto está ligado ao avanço do capital financeiro em todo o mundo, sendo que esses países vão perdendo a capacidade de fazer política. Eles fazem apenas a pequena política.

IHU On-Line – Quais são as alternativas aos agrotóxicos?

José Juliano de Carvalho – Nós podemos ter uso de química na agricultura, mas tem que ser um uso regulado. O que eu não vejo é alternativa ao modelo do agronegócio. Porque não é um modelo de produção, mas um modelo de domínio econômico, em que nem a reprodução das sementes é mais facultada aos agricultores. Eles têm que pagar pelas sementes e estas implicam no uso do agrotóxico X. É preciso quebrar o poder de mercado dessas empresas. Um país como o nosso deveria regular a atividade do agronegócio, voltada aos interesses nacionais. Como podem ser usados produtos que prejudicam a saúde da própria população trabalhadora?

* Publicado originalmente no site IHU On-Line.

Belo Monte: o Pará colônia

Por Felicio Pontes*

A notícia caiu como uma bomba mesmo sobre setores que acham que a hidrelétrica de Belo Monte é sinal de desenvolvimento no Pará. Os grupos encarregados da obra compraram algo entre R$ 50 mi e R$ 1,3 bi em máquinas e equipamentos em outros Estados (Diário do Pará, 7/9/11).

Logo algumas autoridades do Estado protestaram. Com razão. Ameaçaram barrar a entrada das máquinas se não houver pelo menos o pagamento da diferença do ICMS. Com razão também. Mas é o máximo que podem exigir: uma parcela do imposto. A outra já está nos cofres de Estados como São Paulo e Espírito Santo.

Esse fato merece reflexão. Ele é o oposto da propaganda feita pelos arautos de Belo Monte desde os tempos da ditadura militar, quando o projeto foi concebido. Seus mentores sempre disseram que o Pará ia ganhar muito com o barramento do Rio Xingu. A começar pelos impostos arrecadados.

O principal imposto nesses casos – o ICMS – não é cobrado na geração de energia, mas sim no consumo. Como o Pará será o destino de apenas 3% da energia de Belo Monte – se tanto –, nota-se que 97% da energia produzida aqui deve gerar dinheiro para os cofres públicos de outros Estados.

Segundo o próprio Diário do Pará informou recentemente, um cálculo ligeiro projeta em valor próximo de R$ 2 bilhões anuais o montante das perdas com ICMS que o Pará vai experimentar com a usina do Xingu.

Ao Pará sobraria o imposto pela compra de equipamentos na fase de construção da usina. Embora não seja uma receita mensal como o consumo de energia, poderia significar dinheiro para atender gestantes prestes a dar à luz em portas fechadas de maternidades. Mas, com a compra dos equipamentos em outros Estados, nem isso sobrou ao Pará.

Os primeiros atos dessa ópera trágica que é Belo Monte em todos os sentidos – ambiental, social e econômico – mostram que somos colônia. Estamos longe da independência, apesar de termos contribuído no ano passado com US$ 12 bi para o saldo da balança comercial brasileira. Somos o segundo maior Estado em volume de divisas para o Brasil.

Aos olhos dos setores da sociedade paraense que promovem o modelo socioambiental de desenvolvimento não há nada de novo. Quem vive da exploração sustentável dos recursos da floresta pode repetir o dito popular: está tudo como dantes no quartel de Abrantes.

A floresta vira carvão para alimentar os fornos das guseiras. Ou soja para alimentar os porcos da Europa. Ou pasto para formar a ineficiente equação de um boi por hectare. Ou é inundada para produzir energia para empresas de outros países…

Nesse dia da independência do Brasil, Belo Monte nos ajuda a entender como vamos nos tornando cada vez mais colônia. A banda de rock paraense, dos anos 1980, Mosaico de Ravena já perguntava: “Por que ninguém nos leva a sério? Só o nosso minério?”.

Muito tempo se passou desde que os cabanos fizeram sua revolta contra a exploração, mas talvez seja um pouco do espírito de resistência deles que ande nos faltando nesses tempos tão modernos.


Felicio Pontes é procurador da República no Pará e mestre em Teoria do Estado e Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

** Publicado originalmente no site do Movimento Xingu Vivo para Sempre.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Palestra na Escola Municipal Pedro Costa

Por: Sandoval Amorim
É importante iniciar o processo de sensibilização/conscientização Ambiental na infância nessa idade a criança absorve mais fácil as informações e crescem com uma postura pautada na sustentabilidade, na maioria das vezes eles se transformam em multiplicadores e acabam conscientizando até os adultos.

Esse trabalho está sendo desenvolvido em algumas escolas públicas de Ribeira do Pombal– Bahia. O objetivo principal do projeto é contribuir para desenvolver nas crianças habilidades e competência para cuidar do meio onde vivem, oferecendo oportunidades de aquisição de valores, conhecimentos, atitudes e interesse para preservar e proteger todas as formas de vida do planeta. Trata-se de palestras e discussões com os alunos para aquisição de informação e mudança de determinados hábitos e assim ter uma nova visão sobre a natureza, não apenas em relação ao ambiente distante, mas sobre cuidados com o corpo, com a casa, com a rua, o bairro, a cidade, o estado, o país e finalmente o planeta como um todo, ou seja, é o famoso: “agir localmente e pensar globalmente”.

Levando em conta todos esses aspectos, as crianças irão desenvolver conhecimentos sobre sua localidade, compreender como podem e devem exercer ali um importante papel social de melhoria da qualidade de vida no ambiente onde residem.

sábado, 4 de junho de 2011

Carta do Zé agricultor para Luis da cidade

Prezado Luis, quanto tempo!

Eu sou o Zé, teu colega de ginásio noturno, que chegava atrasado, porque o transporte escolar do sítio sempre atrasava, lembra né? O Zé do sapato sujo? Tinha professor e colega que nunca entenderam que eu tinha de andar a pé mais de meia légua para pegar o caminhão por isso o sapato sujava.

Se não lembrou ainda eu te ajudo. Lembra do Zé Cochilo... hehehe, era eu.. Quando eu descia do caminhão de volta pra casa, já era onze e meia da noite, e com a caminhada até em casa, quando eu ia dormi já era mais de meia-noite. De madrugada o pai precisava de ajuda pra tirar leite das vacas. Por isso eu só vivia com sono. Do Zé Cochilo você lembra né Luis?

Pois é. Estou pensando em mudar para viver ai na cidade que nem vocês. Não que seja ruim o sítio, aqui é bom. Muito mato, passarinho, ar puro... Só que acho que estou estragando muito a tua vida e a de teus amigos ai da cidade. To vendo todo mundo falar que nós da agricultura familiar estamos destruindo o meio ambiente.


Veja só. O sítio de pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que parar de estudar) fica só a uma hora de distância da cidade. Todos os matutos daqui já têm luz em casa, mas eu continuo sem ter porque não se pode fincar os postes por dentro uma tal de APPA que criaram aqui na vizinhança.

Minha água é de um poço que meu avô cavou há muitos anos, uma maravilha, mas um homem do governo veio aqui e falou que tenho que fazer uma outorga da água e pagar uma taxa de uso, porque a água vai se acabar. Se ele falou deve ser verdade, né Luis?


Pra ajudar com as vacas de leite (o pai se foi, né .) contratei Juca, filho de um vizinho muito pobre aqui do lado. Carteira assinada, salário mínimo, tudo direitinho como o contador mandou. Ele morava aqui com nós num quarto dos fundos de casa. Comia com a gente, que nem da família. Mas vieram umas pessoas aqui, do sindicato e da Delegacia do Trabalho, elas falaram que se o Juca fosse tirar leite das vacas às 5 horas tinha que receber hora extra noturna, e que não podia trabalhar nem sábado nem domingo, mas as vacas daqui não sabem os dias da semana ai não param de fazer leite. Ô, bichos aí da cidade sabem se guiar pelo calendário?

Essas pessoas ainda foram ver o quarto de Juca, e disseram que o beliche tava 2 cm menor do que devia. Nossa! Eu não sei como encumpridar uma cama, só comprando outra né Luis? O candeeiro eles disseram que não podia acender no quarto, que tem que ser luz elétrica, que eu tenho que ter um gerador pra ter luz boa no quarto do Juca.

Disseram ainda que a comida que a gente fazia ecomia juntos tinha que fazer parte do salário dele. Bom Luis, tive que pedir ao Juca pra voltar pra casa, desempregado, mas muito bem protegido pelos sindicatos, pelo fiscais e pelas leis. Mas eu acho que não deu muito certo. Semana passada me disseram que ele foi preso na cidade porque botou um chocolate no bolso no supermercado. Levaram ele pra delegacia, bateram nele e não apareceu nem sindicato nem fiscal do trabalho para acudi-lo.

Depois que o Juca saiu eu e Marina (lembra dela, né?casei) tiramos o leite às 5 e meia, ai eu levo o leite de carroça até a beira da estrada onde o carro da cooperativa pega todo dia, isso se não chover. Se chover, perco o leite e dou aos porcos, ou melhor, eu dava, hoje eu jogo fora.

Os porcos eu não tenho mais, pois veio outro homem e disse que a distância do chiqueiro para o riacho não podia ser só 20 metros. Disse que eu tinha que derrubar tudo e só fazer chiqueiro depois dos 30 metros de distância do rio, e ainda tinha que fazer umas coisas pra proteger o rio, um tal de digestor. Achei que ele tava certo e disse que ia fazer, mas só que eu sozinho ia demorar uns trinta dia pra fazer, mesmo assim ele ainda me multou, e pra poder pagar eu tive que vender os porcos as madeiras e as telhas do chiqueiro, fiquei só com as vacas. O promotor disse que desta vez, por esse crime, ele não ai mandar me prender, mas me obrigou a dar 6 cestas básicas pro orfanato da cidade. Ô Luis, ai quando vocês sujam o rio também pagam multa grande né?

Agora pela água do meu poço eu até posso pagar, mas tô preocupado com a água do rio. Aqui agora o rio todo deve ser como o rio da capital, todo protegido, com mata ciliar dos dois lados. As vacas agora não podem chegar no rio pra não sujar, nem fazer erosão. Tudo vai ficar limpinho como os rios ai da cidade. A pocilga já acabou, as vacas não podem chegar perto. Só que alguma coisa tá errada, quando vou na capital nem vejo mata ciliar, nem rio limpo. Só vejo água fedida e lixo boiando pra todo lado.

Mas não é o povo da cidade que suja o rio, né Luis? Quem será? Aqui no mato agora quem sujar tem multa grande, e dá até prisão. Cortar árvore então, Nossa Senhora!. Tinha uma árvore grande ao lado de casa que murchou e tava morrendo, então resolvi derrubá-la para aproveitar a madeira antes dela cair por cima da casa.

Fui no escritório daqui pedir autorização, como não tinha ninguém, fui no Ibama da capital, preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vim fazer um laudo, para ver se depois podia autorizar. Passaram 8meses e ninguém apareceu pra fazer o tal laudo ai eu vi que o pau ia cair em cima da casa e derrubei. Pronto! No outro dia chegou o fiscal e me multou. Já recebi uma intimação do
Promotor porque virei criminoso reincidente. Primeiro foi os porcos, e agora foi o pau. Acho que desta vez vou ficar preso.

Tô preocupado Luis, pois no rádio deu que a nova lei vai dá multa de 500 a 20 mil reais por hectare e por dia. Calculei que se eu for multado eu perco o sítio numa semana. Então é melhor vender, e ir morar onde todo mundo cuida da ecologia. Vou para a cidade, ai tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazer nada errado, só falei dessas coisas porque tenho certeza que a lei é pra todos.

Eu vou morar ai com vocês, Luis. Mais fique tranqüilo, vou usar o dinheiro da venda do sítio primeiro pra comprar essa tal de geladeira. Aqui no sitio eu tenho que pegar tudo na roça. Primeiro a gente planta, cultiva, limpa e só depois colhe pra levar pra casa. Ai é bom que vocês e só abrir a geladeira que tem tudo. Nem dá trabalho, nem planta, nem cuida de galinha, nem porco, nem vaca é só abri a geladeira que a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nós, os criminosos aqui da roça.

Até mais Luis!

Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas me aguarde até eu vender o sítio.


Autor: Luciano Pizzatto. É engenheiro florestal, especialista em direito socioambiental e empresário, diretor de Parques Nacionais e Reservas do IBDF/IBAMA 88/89, deputado desde 1989, detentor do 1º Prêmio Nacional de Ecologia.

(Todos os fatos e situações de multas e exigências são baseados em dados verdadeiros. A sátira não visa atenuar responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desiqual e discricionário entre o meio rural e o meio urbano.)

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O feitiço da dengue virou contra o feiticeiro

Isso mesmo! Em busca de um novo método para a erradicação da dengue, pesquisadores desenvolveram uma versão geneticamente modificada do inseto. O mosquito transgênico gera filhotes que não chegam à fase adulta. A modificação faz com que seus filhotes produzam uma proteína que causa a morte ainda no estágio larval ou de pupa (a fase de casulo). Para isso, os pesquisadores misturaram material genético de drosófilas, as famosas moscas-das-frutas, ao do A. aegypti. Na Malásia, país do sudeste asiático que também sofre com a dengue, a mesma prática foi usada recentemente. Uma vez liberados, os machos do Aedes aegypti transgênicos irão se reproduzir com as fêmeas e com o tempo, isso deve reduzir a população local de insetos.


Fonte: Jornal Floripa

Cientistas reproduzem mecanismo de quebra de celulose dos ruminantes

Quem observa uma vaca pastando pode imaginar que as plantas são presas fáceis para os herbívoros. Afinal, a planta fica lá quietinha, fixa ao solo, incapaz de reagir, enquanto a vaca abocanha o pedaço que melhor lhe apetece. A verdade é que não é tão simples. Ao longo de milhões de anos de evolução as plantas aprenderam a “esconder” seu alimento dos predadores herbívoros. No organismo dos vegetais, as unidades de açúcar (o alimento produzido pelas plantas e desejado por vacas, cavalos e outros bichos) estão emendadas como um colar de pérolas, produzindo um polímero chamado celulose. O problema é que os animais não conseguem quebrar esse polímero para abocanhar o açúcar. As vacas, por exemplo, absorvem menos da metade do açúcar disponível nas plantas que engole – isso mesmo contando com a ajuda fungos que habitam seu organismo e que tem o poder de degradar a celulose. O restante vai embora pelas fezes. Eis que entra o homem nessa história. Um grupo de cientistas isolou os genes das enzimas produzidas por esses fungos que fazem a quebra da celulose. A idéia é usá-las não para melhorar a vida das vacas, mas a do próprio homem. Com o domínio dessas enzimas será possível aproveitar o açúcar desperdiçado no bagaço de cana e em outras fontes de biomassa – sim, a celulose é tão forte que até as usinas de cana desperdiçam açúcar – gerando muito mais energia, inclusive, combustível de celulose.

Fonte: Estado.com.br

Palestra: Escola Municipal Adélia Costa

Sem dúvida nos dois últimos séculos o mundo vem passando por uma série de transformações, provocadas principalmente pelo crescimento populacional e consequentemente pelo consumismo exacerbado de produtos industrializados.




Não é atoa que somos denominados de sociedade do consumo, onde o sistema econômico vigente através dos meios de comunicação induz a sociedade a comprar produtos supérfluos que não terá nenhuma utilidade e rapidamente vai parar no lixo. Além dos produtos eletrônicos que a cada dia são lançados com as mais novas tecnologias induzindo a sociedade a substituir sempre seus produtos seminovos por um produto mais recente.


É importante tentar sensibilizar as crianças e criar uma sociedade consciente na perspectiva de mudar os altos índices de degradação ambiental, só assim poderemos criar uma sociedade sustentável.



Por: Sandoval Amorim

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A RIO+20, o IV CBJA e a democratização da informação ambiental

Por Vilmar Berna

Durante a ECO 92, os países se comprometeram a encontrar alternativas para a democratização da informação ambiental sempre que existissem obstáculos como os que existem para a mídia ambiental no Brasil, e até assinaram o capitulo 40.18 da Agenda 21, com este compromisso. Entretanto, vinte anos depois, a promessa ainda esta no papel.

Em 2012, o Brasil estará sediando a RIO+20, de novo na Cidade do Rio de Janeiro, um novo encontro global para avaliar o que avançou das promessas feitas a 20 anos. Pode ser um momento oportuno para a união de forcas dos que estão conscientes sobre a importância estratégica da democratização da informação ambiental para que a sociedade possa fazer escolhas melhores no rumo da sustentabilidade.

Os jornalistas ambientais já saíram na frente e anteciparam seu congresso para outubro desde ano, entre os dias 12 e 15, na Cidade do Rio de Janeiro. O IV Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental estará sendo realizado em paralelo a outros três eventos, o encontro da RedCalc – Rede Latino-Americana de Periodismo Ambiental, o Iº Encontro Nacional da REBIA - Rede Brasileira de Informação Ambiental e o Iº Encontro da ECOMIDIAS - Associação Brasileira de Mídias Ambientais, uma tentativa ao mesmo tempo de economizar esforços e recursos, e também uma estratégia para facilitar a aglutinação de forcas entre movimentos e organizações com objetivos comuns.

A organização do IV CBJA estará, ainda, identificando e convidando parceiros estratégicos como a FBOMS - Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a FENAJ – Federação Nacional dos Jornalistas, a ABI – Associação Brasileira de Imprensa, entre outros cuja missão inclua o compromisso com a democratização e a formação e fortalecimento da cidadania, para reforçar esta luta.

Detalhe: os eventos serão carbono negativo, ou seja, a OSCIP PRIMA estará plantando mais árvores que o necessário para a neutralização das emissões de carbono, além de adotar práticas ecoeficientes, pois os congressistas querem ser o exemplo que esperam ver na sociedade.

Entre os desafios a enfrentar, está o de formar uma Coalizão de organizações pela democratização da informação, com representação permanente em Brasília, capaz de ir além das promessas e reclamações, e pressionar de forma efetiva e constante por políticas publicas e financiamento público para a informação ambiental, por que existe uma diferença entre a informação que o público quer - e se dispõe a pagar por ela - e a informação que ele precisa. O mercado consegue ser uma solução no primeiro caso, pois para ele a comunicação é vista como um negócio qualquer, precisa dar lucros, ou não terá razão para existir. Para o segundo caso, o país requer políticas públicas inclusive para o financiamento da informação ambiental que o público precisa. No verão, por exemplo, o público dá audiência aos assuntos das catástrofes provocadas pelas chuvas, mas com o passar dos dias, o interesse vai diminuindo junto com as chuvas, até virar desinteresse e então o assunto some da mídia, como se o problema tivesse sido resolvido, para retornar com as catástrofes do verão seguinte. O mesmo acontece diante de algum acidente ambiental.

Enquanto o problema permanecer visível ao interesse público estará na pauta da mídia de massa, mas assim que deixar de ser visível, desaparecerá também da mídia. Quem já acompanhou graves acidentes de vazamentos de petróleo ou de produtos químicos em rios e oceanos sabe bem disso. A informação ambiental precisa ir além apenas da dor. O quanto pior, melhor, é pior para todo mundo, ainda que assegure o interesse do público, e, portanto, da mídia em geral, por alguns breves momentos.

Uma rápida olhada nos títulos das revistas expostas nas bancas mostra a falta de oferta de informação ambiental, para este público, que freqüenta as bancas, em torno de 20% da população. Enquanto existem diversos títulos diferentes sobre a vida dos ricos e famosos, ou de mulheres nuas, ou sobre moda e beleza, automóveis, culinária, arquitetura, não existe nenhuma mídia específica sobre meio ambiente, educação e cidadania ambiental, consumo responsável, sustentabilidade, excetuando-se um ou outro título com viés mais para turismo ou paisagismo. O que não significa que a mídia ambiental não exista. Existe, só não consegue chegar ao Grande Publico, permanecendo como uma mídia marginal, mal conseguindo atender direito a uns poucos segmentos de interesse especializado.

O Governo Federal já dispõe de mecanismos para o repasse de dinheiro público para a iniciativa privada, através das verbas de publicidade, mas não existe uma política pública que priorize a informação que o público precisa, mas não se dispõe a pagar por ela. A maior parte desses recursos é destinada à mídia de massa – inclusive para os veículos de comunicação ligados à base aliada do Governo -, e acaba ajudando a financiar `realyts shows´e outras informações que o público quer. A mídia ambiental costuma ser contemplada com algumas poucas migalhas dessas verbas, mas o suficiente para não deixá-la morrer de inanição, e não o bastante para que chegue a incomodar nem ao próprio governo nem às empresas com suas críticas ao modelo predatório de desenvolvimento.

A mídia ambiental é uma mídia de resistência, e incomoda aos poderosos ao criticar o modelo predatório e injusto que avança sobre os limites e a capacidade de suporte da natureza. E incomoda até quando aponta soluções e caminhos que poderiam ajudar a nos tirar do rumo de um colapso ambiental cada vez mais visível, pois deixa claro que as escolhas pelas tecnologias sujas e predatórias não resultam do acaso ou da falta de opção. E incomoda e desagrada também ao próprio público em geral, ao criticar seus hábitos e atitudes consumistas e ambientalmente irresponsáveis. Então, não é de se estranhar que as pessoas não queiram a informação ambiental, embora precisem dela.

“Para botar em dia a leitura sobre sustentabilidade”

Por: Ricardo Voltolini

A lista Top 50 de Cambridge
(1) O Banqueiro dos Pobres, Muhammad Yunus (1999)
(2) Biomimetismo, Janine Benyus (2003)
(3) Blueprint para uma Economia Verde, David Pearce, Markandya Anil e Edward B. Barbier (1989)
(4) Business as Insólito, Anita Roddick (2005)
(5) Canibais com Garfo e Faca, John Elkington (1999)
(6) Capitalismo: Como se o Mundo Importa, Jonathon Porritt (2005)
(7) O Capitalismo na Encruzilhada, Stuart Hart (2005)
(8) Mudando o Rumo: uma Perspectiva Empresarial Global sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente, Stephan Schmidheiny e o WBCSD (1992)
(9) O Ponto do Caos: o Mundo na Encruzilhada, por Ervin Laszlo (2006)
(10) A Corporação Civil: A Nova Economia da Cidadania Empresarial, Simon Zadek (2001)
(11) Colapso, Jared Diamond (2005)
(12) A Corporação, Joel Bakan (2005)
(13) Do Berço ao Berço, William McDonough e Michael Braungart (2002)
(14) O Sonho da Terra, Thomas Berry (1990)
(15) Desenvolvimento como Liberdade, por Amartya Sem (2000)
(16) A Ecologia do Comércio, Paul Hawken (1994)
(17) A Economia das Alterações Climáticas: o Relatório Stern, Nicholas Stern (2007)
(18) O Fim da Pobreza, Jeffrey Sachs (2005)
(19) Fator Quatro: um Relatório para o Clube de Roma, Ernst VonWeizsäcker, Amory B. Lovins e L. Hunter Lovins (1998)
(20) O Falso Amanhecer: os Equívocos do Capitalismo Global, John Gray (2002)
(21) Fast Food Nation, Eric Schlosser (2005)
(22) Um Destino Pior que a Dívida: a Crise Financeira Mundial e os Pobres, Susan George (1990)
(23) Para o Bem Comum: o Redirecionamento da Eeconomia para Comunidade, Meio Ambiente e Futuro Sustentável, Herman Daly e John Cobb (1989)
(24) Riqueza na Base da Pirâmide, CK Prahalad (2004)
(26) Gaia, James Lovelock (1979)
(27) A Globalização e os seus Malefícios, Joseph Stiglitz (2002)
(28) Calor: Como Parar a Queima do Planeta, George Monbiot (2006)
(29) Escala de Desenvolvimento Humano: Concepção, Aplicação e as Novas reflexões, Manfred Max-Neef (1991)
(30) O Espírito Ávido, Charles Handy (1999)
(31) Uma Verdade Inconveniente, Al Gore, 2006
(32) Os Limites do Crescimento, Donella H. Meadows, Dennis L. Meadows, Jorgen Randers (1972)
(33) Maverick, Ricardo Semler (1993)
(34) O Mistério do Capital: Por que o Capitalismo Triunfa no Oeste e Falha em Toda a Parte, Hernando De Soto (2000)
(35) Capitalismo Natural, Paul Hawken, Amory Lovins e L. Hunter Lovins (2000)
(36) Sem Logo, Naomi Klein (2002)
(37) Sociedade Aberta: Reformar o Capitalismo Global, George Soros (2000)
(38) Manual de Operação para Espaçonave Terra, Buckminster Fuller (1969)
(39) Nosso Futuro Comum, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1987)
(40) The Population Bomb, Paul Ehrlich (1968)
(41) Presença, Peter Senge, Otto Scharmer, Joseph Jaworski e Betty Sue Flowers (2005)
(42) A River Runs Black: O Desafio Ambiental para o Futuro da China, Elizabeth C. Economy (2004)
(43) Sand County Almanac, Aldo Leopold (1949)
(44) Primavera Silenciosa, Rachel Carson (1962)
(45) O Ambientalista Cético, Bjorn Lomborg (2001)
(46) Small is Beautiful, EF Schumacher (1973)
(47) Staying Alive: Mulher, Ecologia e Desenvolvimento, por Vandana Shiva (1989)
(48) The Turning Point, Fritjof Capra (1984)
(49) Unsafe at Any Speed, Ralph Nader (1965)
(50) Quando as Corporações Regem o Mundo, David Korten, 2001

Os Top 25 da WiseEarth

(1) Biomimetismo, Janine Benyus (2003)
(2) Confissões de um Industrial Radical, Ray Anderson (2009)
(3) Do Berço ao Berço, William Mc Donough e Michael Braungart (2002)
(4) Capitalismo Natural, Paul Hawken, Amory e Hunter Lovins (2000)
(5) Primavera Silenciosa, Rachel Carson (1962)
(6) Estratégia para a Sustentabilidade, Adam Werbach (2009)
(7) A Economia Verde, Joel Makower (2009)
(8) Indicadores de Sustentabilidade: Medindo o Imensurável?, Simon Bell e Stephen Morse (1999)
(9) Valor Sustentável, Chris Lazlo (2008)
(10) A Ecologia do Comércio, Paul Hawken (1994)
(11) O Fim da Natureza, Bill McKibben (1989)
(12) O Colar da Economia Verde, Van Jones (2008)
(13) The Natural Step for Business, Brian Nattrass e Mary Altomare (1999)
(14) A vantagem da Sustentabilidade, Bob Willard (2002)
(15) Tripple Bottom Line, de Andrew Savitz e Karl Weber (2006)
(16) A verdade sobre o Green Business, Gil Friend, Nicholas Kordesch e Benjamin Privitt (2009)
(17) Walking the Talk, Chad Holliday, Stephan Schimidheinny e Philip Watts (2002)
(18) Capitalismo: Como se o Mundo Importa, Jonathon Porrit (2005)
(19) Colapso, Jared Diamond (2005)
(20) Criando um Negócio Social, Muhammad Yunus (2009)
(21) Prosperidade sem Crescimento, Tim Jackson (2009)
(22) O Zeedbook: Soluções para um Mundo Cada Vez Menor, Dunster, Simmons & Gilbert (2007)
(23) Plenitude: a Nova Economia da Verdadeira Riqueza, Juliet Schor (2010)
(24) Plano B: 4.0, Lester Brown (2009)
(25) Permacultura, David Holmgren (2001)

Ricardo Voltolini é publisher da revista Ideia Sustentável e diretor da consultoria Ideia Sustentável.
Twitter: @ricvoltolini

Mais uma vez: três empresas brasileiras na lista das TOP 100 em sustentabilidade

Por Ricardo Voltolini - Acaba de sair do forno, ainda quentinha, uma nova lista das 100 empresas mais sustentáveis do mundo, realizada pela Corporate Knigths, revista de sustentabilidade baseada em Toronto, no Canadá. Em sua sétima edição, este ranking – que já se tornou um dos mais aguardados – inclui mais uma vez três empresas brasileiras: a Natura (na posição 66), a Petrobras (88) e o Bradesco (91).

Como de praxe, listas deste tipo representam polêmica certa. Quem está nele comemora como quem recebe um Oscar, festeja com os funcionários e alardeia a conquista aos quatro ventos. Quem fica de fora diminui a importância do fato, questiona os critérios e, muitas vezes, até a idoneidade do realizador.

Goste-se ou não, o ranking Top 100 da Corporate Kignigths cumpre bem o único papel que consigo enxergar em listas e prêmios em geral: o de emulação. Não de egos, mas de práticas. Um ranking de empresas, seja para o que for, só é útil à humanidade se, de fato, as induz a melhorarem suas práticas, a ampliarem horizontes e patamares de aspiração. Do contrário, resume-se a ação promocional estratégica para engordar os cofres dos promotores. Na visão do editor da Corporate Knigths, Tony Heaps, o listão de sua revista quer sobretudo “mostrar que a sustentabilidade faz bem para o negócio”. Acho que consegue.

Para chegar ao TOP 100, a CK contratou uma empresa de pesquisa a quem coube, com base em análise de desempenho financeiro e outros critérios, reduzir o universo de 3 mil para 300 companhias. Em seguida, duas outras empresas foram chamadas a apoiar a seleção da revista, utilizando um conjunto de 10 indicadores ambientais (entre os quais uso de energia e destinação de resíduos), sociais e de governança. O critério “transparência” passou a constar do roteiro a partir desta última edição do ranking – empresas que não responderam a todos os dez indicadores ficaram com pontuação nula ou baixa nesse quesito.

Surpresas não faltaram. A atual número 1 é uma companhia de petróleo da Noruega, a StatOil ASA. Seguem-na a Johnson& Johnson (USA), a Novozymes (Dinamarca) e a Nokia (Finlândia.) A General Eletric, campeã do ano passado, caiu para a posição de número 11, sendo superada por empresas como a belga de tecnologia Umicore, a Intel, a AstraZeneca, e os bancos Credit Agricole (França) e Danske Bank (Dinamarca) e a empresa de serviços financeiros StoreBrand (Noruega).

Primeira conclusão: na provinha dos “11” da Corporate Knigths, os países nórdicos estão entre os primeiros da classe. A queda da GE, segundo os promotores da pesquisa, deve-se menos a seus pontos fracos do que ao aumento dos pontos fortes das demais companhias listadas. Mas não há dúvida de que a redução em pesquisa e desenvolvimento de produtos verdes pesou contra.

As brasileiras foram bem. Vale lembrar que as três representantes nacionais já figuravam na lista de 2010. Houve, no entanto, uma mudança importante na ordem. A Natura subiu espantosas 33 posições. A Petrobras saltou 12. E o Bradesco andou três casas. Sinal desses tempos em que o Brasil começa a ser protagonista e não coadjuvante.

Ricardo Voltolini é publisher da revista Ideia Sustentável e diretor da consultoria Ideia Sustentável. Twitter: @ricvoltolini

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Terra estará 2,4 graus Celsius mais quente até 2020, aponta estudo

SÃO PAULO - Uma análise detalhada do impacto das mudanças climáticas conclui que a temperatura da Terra será, no mínimo, 2,4º C mais quente até 2020, caso o modo de vida atual continue.
Os impactos de um planeta mais quente sobre a produção global de alimentos serão enormes. De acordo com os padrões de distribuição atual, a produção alimentar não seria suficiente para satisfazer plenamente as necessidades alimentares de 7,8 bilhões de pessoas estimadas a viver no mundo na próxima década, o equivalente a 900 milhões de habitantes adicionais.

Em 2020, ao se considerar os impactos das mudanças climáticas e o crescimento populacional, a produção global de trigo vai experimentar um deficit de 14% entre produção e demanda; a produção de arroz terá um deficit de 11%; e a de milho, 9%. A soja é a única cultura que mostra um aumento na produção, com um excedente de cerca de 5%.

Essas são algumas das principais conclusões do relatório "Falta de comida - Impactos das mudanças climáticas na produção de alimentos: Uma perspectiva para 2020", produzido após um projeto realizado por um ano pela Fundação Ecológica Universal (FEU), organização sem fins lucrativos.
"A evidência de que os gases de efeito estufa aumentam a temperatura do planeta já está disponível há quase duas décadas. O relatório de 2007 do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) concluiu que, de forma inequívoca, o aquecimento da Terra é antrópica, ou seja, produzida pelo homem", afirma o dr. Osvaldo Canziani, Nobel da Paz e ex-vice-presidente de um grupo de trabalho do IPCC. Canziani também é assessor científico do relatório e da FEU nos Estados Unidos.

A análise e os dados utilizados para produzir o relatório são baseados em documentos importantes já publicados pelo IPCC e por outras agências da Organização das Nações Unidas (ONU).

"A chave para o nosso relatório foi analisar, sintetizar e atualizar os documentos e dados de diferentes fontes e apresentá-los de forma acessível", explica Liliana Hisas, diretora executiva da FEU-EUA e autora do relatório. "A avaliação é baseada nas conclusões de 2007 do IPCC. Nossos outros princípios se basearam no atual sistema de negócios. Também focamos nos impactos das mudanças climáticas no curto prazo, ou seja, em uma década", completa.

Fonte: O estadão