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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Palestra



Palestra realizada na Escola Municipal Antônio Bernardo da Costa, no Povoado Tapera, Ribeira do Pombal – Ba, os temas abordados foram: OS BIOMAS BRASILEIROS E AQUECIMENTO GLOBAL. A palestra foi realizada para as turmas do 5º ano, onde participaram, discutiram e tiraram dúvidas sobre os temas abordados.

PALESTRA

Palestra realizada na Escola Municipal Maria Menezes, no Bairro do Pombalzinho no dia 13 de Julho de 2010. O tema abordado foi “Sexualidade e Adolescência”, pois esse é um tema muito discutido entre adolescentes e adultos. Na oportunidade os alunos fizeram perguntas e discutiram sobre DST’S e AIDS. Apesar de tantas informações esse tema ainda gera muita polêmica e várias dúvidas necessitam ser esclarecidas para que nossa sociedade possa cuidar melhor da saúde e assim desfrutar de uma vida sexual saudável.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Pesquisa responsabiliza agrotóxicos por casos de câncer

Limoeiro do Norte. Foram 42 as mortes causadas por câncer nesse município, a maioria entre agricultores, somente no ano passado. O número é considerado alto demais para um município com pouco mais de 50 mil habitantes. O registro não difere muito dos outros anos na mesma cidade.

Porque ainda não se pode dizer "com toda clareza", especialistas evitam ser categóricos sobre relação de efeito e causa entre o uso indiscriminado de agrotóxicos na Chapada do Apodi e os óbitos por neoplasia (câncer).

Mesmo assim, mais de dois anos de levantamento científico da Universidade Federal do Ceará (UFC) na região leva a médica e professora Raquel Rigotto, que lidera o grupo de pesquisa, a dizer que "a relação entre câncer e agrotóxicos está muito estabelecida, com diversos ativos e contaminantes, e não só câncer", explica a pesquisadora, que participa hoje de audiência pública em Limoeiro do Norte sobre o impacto da pulverização aérea dos aditivos químicos nas lavouras cultivadas na Chapada do Apodi.

Os estudos servirão de instrução ao Ministério Público em ação judicial, que poderá resultar na possível suspensão do manejo de pulverização aérea dos venenos no cultivo de culturas, principalmente de frutas como abacaxi, melão e banana.

Veneno e câncer são palavras já incluídas em todas as discussões sobre o impacto, na saúde humana, dos agrotóxicos aplicados na Chapada do Apodi, veiculadas nas matérias do Diário do Nordeste.

Porém, a ênfase de que uma coisa "não pode se dissociar da outra", no caso de Limoeiro do Norte, ficou evidente no Seminário "A violação de Direitos Fundamentais Frente aos Impactos Sócio-Ambientais do Agronegócio na Chapada do Apodi", realizado no Departamento de Mestrado da Faculdade de Direito da UFC, na última segunda-feira.

Dentre os participantes, além da pesquisadora Raquel Rigotto, o professor Gerson Marques, chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da 7ª Região. Ele informou que o Ministério Público do Trabalho está celebrando convênio com a UFC para que as provas levantadas na pesquisa sirvam para instruir o Ministério Público na ação judicial "quando for necessário", segundo pontuou.

Os agrotóxicos são utilizados na Chapada do Apodi de forma indiscriminada e desconhecida. Pelo menos 68% das pessoas que aplicam o produto para combater as pragas não sabem que tipo de veneno estão usando.

Não bastasse isso, alguns dos produtos utilizados, considerados "extremamente tóxicos" e "muito perigosos" ao meio ambiente, estão na relação de venenos em "reavaliação" pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Apesar de permitidos no Brasil, esses pesticidas não o são na maioria dos países do mundo. O "Gramoxone", um herbicida, é um deles.

Desde 2007 o Núcleo Trabalho, Meio Ambiente e Saúde para a Sustentabilidade (Tramas), da UFC, realiza levantamentos sobre saúde humana e do meio ambiente na Chapada do Apodi, bem como interpreta os levantamentos feitos por instituições públicas.

Mas de dez poços subterrâneos analisados, pelo menos em cinco foram encontrados venenos. Falam por si só os números levantados pelo relatório da Companhia de Gestão de Recurso Hídricos (Cogerh), sobre a qualidade da água do aquífero Jandaíra, a segunda maior reserva subterrânea da Região Nordeste, situada entre os estados do Ceará e do Rio Grande do Norte.

Localizações anatômicas

Os pesquisadores do Núcleo Tramas reuniram os dados de câncer nos últimos dez anos e fizeram o levantamento de 23 localizações anatômicas de câncer. Ao separar agricultores de não agricultores, a frequência de câncer do primeiro grupo tinha sido maior que a esperada em 15 das 23 localizações.

"No caso específico do Vale do Jaguaribe, os dados não mostram ainda com clareza, mas porque o câncer têm um período de latência relativo. A relação entre câncer e agrotóxicos está muito estabelecida, e não só câncer, como doenças endócrinas, diabetes, tipos de tireoide, doenças imunológicas, infertilidade, suicídio, má formação congênita, abortamento precoce, hepatopatia, doenças de pele e alérgicas", afirma a pesquisadora ao relacionar casos de câncer com agrotóxicos Raquel Rigotto.

Do Diário do Nordeste, reproduzido na página do MST

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Curso a distância de Biologia tem validade para registro em conselho profissional


Justiça suspende resolução do Conselho Federal de Biologia (CFBio) que desde 2008 negava registro para biólogos formados pela EaD.

Em 2008, cinco ex-alunos do Centro de Educação Superior à Distância do Estado do Rio de Janeiro (CEDERJ), formados em Biologia, procuraram se registrar no Conselho Regional de Biologia da 2º Região (CRBio). O órgão de classe negou aos biólogos o registro sob o pretexto de que eles se formaram na educação a distância (EaD), em decisão que ignorou a situação legal da modalidade e do curso, ambos reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC). Ato contínuo, o Conselho Federal de Biologia (CFBio) publicou resolução proibindo que biólogos formados pela EaD se registrassem como profissionais junto aos Conselhos Regionais da classe.

Como resposta, o MEC iniciou na justiça uma ação de inconstitucionalidade, considerando que cumpre ao Ministério da Educação, e não aos conselhos de classe, a regulação da educação superior brasileira. A EaD é autorizada, reconhecida e regulamentada pelo MEC, e os formandos desta modalidade gozam das mesmas prerrogativas que os formandos da educação presencial.

Na última quinta-feira, dia 04/02, a 6ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal concedeu liminar que suspende a decisão do CFBio, obrigando o conselho a registrar os biólogos formados na modalidade EaD. Na decisão, a juíza federal Maria Cecília de Marco Rocha considerou que é competência da União regular a educação superior, o que dá validade nacional para todo e qualquer diploma de curso superior reconhecido e registrado junto ao MEC.

O presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), Prof. Fredric Litto, ao comentar a decisão da justiça, lembrou o caráter corporativista dos conselhos de classe, como o de Biologia e o de Serviço Social, que se posicionam contra a modalidade. "Eles fazem isso para diminuir a competição no mercado". A Justiça percebeu que essas entidades estão desobedecendo à Constituição."

O coordenador do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Unis-MG/SABE, Prof. Clóves Gomes de Carvalho lembra que “toda equipe Unis-MG/SABE, especialmente o colegiado de C. Biologicas, acompanhou de perto os debates sobre o tema, sem perder de vista o caráter constitucional do direito dos alunos da EaD.”

A decisão da justiça beneficia a primeira turma de formandos de Licenciatura em Ciências Biológicas do Unis-MG/SABE, que colará grau no próximo dia 06/03.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Projeto Genoma


Por: Sandoval Amorim

Se alguém há certo tempo dissesse que estava planejando as características do filho que ainda vai ser gerado certamente todos ficariam surpresos! Alguns iriam dizer está brincando de ser Deus. E tudo isso é possível? Ou é apenas ficção? A partir de 1999, com início dos trabalhos do projeto genoma humano isso começou a se tornar uma realidade, o principal objetivo do projeto foi identificar e seqüência todos os códigos referentes aos genes que compõe o material genético das células humanas.

Diante de tudo isso sempre foi um questionamento de onde viemos? Como funciona nosso corpo? Como explica as semelhanças diferenças entre nós? Por que ficamos doentes? Por que envelhecemos? E, finalmente, por que morremos? Todas essas perguntas agora podem ser respondidas com decodificação do nosso material genético, daí então podemos identificar a “receita complexa” para formação de um ser humano completo. Cada 30 mil a 40 mil genes que se estima compor nosso organismo contém uma instrução especifica para formação e o funcionamento de um ser humano. As informações contidas nesses genes regulam todas as nossas características: altura, cor da pele, cor dos olhos, quantidade de cabelo, tamanho do nariz, distribuição de gordura no corpo, formato do rosto, capacidade respiratória e cardíaca. Cada ser vivo tem suas instruções secretas de acordo com a “receita” contida em seus genes e traduzida em forma de proteína que vão se tornar visível em forma de características físicas ou psíquicas ou o que chamamos no mundo da genética de fenótipo.

Segundo Lygia da Veiga Pereira (2008) “Para se ter uma idéia da complexidade desse problema, somente 5% de todo o nosso genoma são, de fato, composto por genes! O “resto” se é que podemos chamar 95% de resto, não temos muita idéia do que é, para que serve”. Com base em tudo isso, podemos concluir que o “quebra-cabeça” começa a ser desvendado. Uma série de informações contidas nos genes já foram desvendados só falta agora colocar em ordem as cerca de 3 bilhões de As, (adenina), Cs (citosina), Gs (guanina) e Ts (timina), já está tudo pronto para desmistificar os mistérios da natureza e assim descobrir realmente como funciona todo organismo de um ser humano. Além de codificar todos essas informações outro grande problema é identificar o funcionamento de todos os códigos obtidos, ou seja, como tudo isso junto é traduzido para manter um organismo funcionando? Todas essas seqüências de letras se reúnem e formam o DNA que depois irão dar origem ao RNA que por sua vez irá produzir uma proteína chamada proteoma, são cerca de 100 mil proteínas interagindo uma com as outras para determinar o genótipo e os diversos fenótipos, são essas proteínas que determinam a grande diversidade de características contidas em toda a espécie humana do planeta.

É praticamente infinito o número de combinações diferentes e possíveis, proporcional à maravilhosa diversidade genética da espécie humana! Fica claro também que é improvável duas pessoas geneticamente idênticas, mesmo sendo irmãos, existe apenas uma exceção os gêmeos univitelinos. Eles são gerados do mesmo óvulo e mesmo espermatozóide que, em vez de darem origem a um embrião dão origem a dois. Porém mesmo assim não podemos esquecer que temos também uma interferência do ambiente que pode determinar algumas características em nosso organismo até mesmo provocar alterações em nosso genoma, como é o caso da radiação que pode gerar seres “mutantes”. Ou seja, o estilo de vida até mesmo de gêmeos idênticos pode determinar diferenças entre eles, a cor da pele, bem como a forma de nutrição na primeira infância pode ser decisiva na formação neurológica da criança e terá enorme influencia no QI do indivíduo adulto. E tudo isso estava escrito no genoma do bebê? Não! Tudo isso depende das condições econômicas e socioculturais da família.

Um outro fator primordial no estudo do genoma é o mistério que envolve as doenças genéticas, são conhecidas cerca de 800 doenças de ordem genética, provocadas pela mutação, ou seja, por defeitos em alguns dos genes que compõem o nosso genoma. Essas manifestações variam muito dependem do gene defeituoso de acordo com as instruções especificas contida naquele gene. Mutações em certos genes podem provocar doenças leves e administráveis clinicamente, já às mutações em alguns genes que são considerados fundamentais podem parar o funcionamento de um ser humano e levar a morte do embrião.

Pesquisadores brasileiros desenvolvem pesquisas para tentar descobrir os genes envolvidos em vários tipos de câncer, tudo isso é feito seqüenciado apenas os genes ligados a diferentes tipos de tumores. Esse projeto denominado de Projeto Genoma do Câncer, visa utilizar as informações obtidas nos genes para desenvolver novos métodos de diagnostico desta doença, para entender o processo biológico que levam uma célula normal a virar um tumor e assim tentar extinguir essa doença tão temida em nossa sociedade.

Centenas dessas doenças de ordem genética foram descritas. Dentre elas se destacam a hemofilia, anemia falciforme, fibrose cística do pâncreas, síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21), hipertensão arterial, doença de Alzheimer, diabetes mellitus entre outras. Quando uma doença genética é descrita clinicamente, o paciente é basicamente uma “caixa-preta”, na qual os médicos podem observar uma série de sintomas, mas não sabem dizer o que os está causando. O primeiro impacto de tudo isso é que anteriormente observava os sintomas e dar-se o diagnóstico, porém para algumas dessas doenças pode ser tarde demais, hoje em vez de observar essas manifestações observa-se os genes identifica a “receita” examina a seqüência do genoma do indivíduo ver se ele tem mutação e impede que a doença se manifeste.

Para concluir podemos dizer que, doenças progressivas e degenerativas podem ser mais bem administradas se o diagnóstico pré-sintomático baseados nos genes é realizado. É verdade que no momento não existe tratamento ou cura para muitas doenças genéticas, mas, à medida que novas terapias são desenvolvidas, quanto antes elas forem oferecidas aos pacientes, melhor. Afinal esperamos que todas as informações obtidas a partir do genoma possam ser usadas para melhorar a qualidade de vida da população.


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Telhados brancos reduzem temperatura de cidades, demonstra simulação

Coberturas alvas poderiam reduzir 33% o calor em áreas urbanas.Metrópoles são 1°C a 3°C mais quentes que regiões circundantes.

São Paulo - Pintar de branco os telhados e lajes de edifícios pode reduzir significativamente a temperatura de cidades e mitigar alguns impactos do aquecimento global.

A conclusão é de cientistas do Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica dos Estados Unidos (NCAR, na sigla em inglês).

No estudo, modelos computacionais simularam os impactos de coberturas brancas na temperatura de áreas urbanas. O secretário (equivalente a ministro) de energia dos EUA, Steven Chu , já defendeu o recurso como uma importante ferramenta para ajudar a sociedade a ajustar-se à mudança climática.

“Nossa pesquisa demonstra que telhados brancos, ao menos em teoria, podem ser um método efetivo na redução do calor urbano”, disse Keith Oleson, principal autor do estudo, que será publicado no periódico especializado “Geophysical Research Letters”.

Vias asfaltadas, pavimentos cobertos por resinas impermeabilizantes e outras “superfícies artificiais” absorvem calor, elevando as temperaturas nas cidades entre 1°C e 3°C em relação às áreas circundantes não urbanizadas.

As simulações de Oleson e equipe indicam uma redução de 33% da temperatura com todas as coberturas possíveis e imagináveis pintadas de branco.

Mas não é para sair pintando tudo: dependendo do clima local, habitantes de cidades mais frescas aumentariam o consumo de energia para aquecimento de ambientes internos. Sistemas de condicionamento de ar que usam gás ou carvão (combustíveis fósseis vilões do aquecimento global) tornariam todo o esforço absolutamente inútil.

O modelo computacional desenvolvido por Oleson avalia o impacto de fatores como a influência de telhados, paredes e áreas verdes nas temperaturas locais. Mas o sistema ainda não é capaz de replicar arquitetura, plano urbanístico etc. de cidades específicas. Em vez disso, foram criadas metrópoles abstratas, com diversos parâmetros de densidade populacional e padrões de uso do solo.

“É fundamental compreender como a mudança climática vai afetar áreas urbanas vulneráveis, o lar da maior parte da população mundial”, afirmou Gordon Bonan, coautor do estudo.

Fonte: Portal G1.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Cientistas desvendam genoma de dois tipos de câncer

Cientistas desvendaram o código genético completo de dois dos mais comuns tipos de câncer – pele e pulmão. Além de facilitar o diagnóstico da doença por meio de testes sanguíneos, o sequenciamento também servirá de base para novas pesquisas em medicamentos.

Cientistas de todo o mundo estão trabalhando para catalogar os genes relacionados aos diversos tipos de câncer humano. O Reino Unido está trabalhando no câncer de mama; o Japão com o de fígado e a Índia com o de boca. A China pesquisa o câncer de estômago, os Estados Unidos estuda os de cérebro, ovário e pâncreas.

Estes catálogos mudarão a forma de pensar a doença. Segundo Michael Stratton, líder da equipe inglesa, a identificação destes genes possibilitará o desenvolvimento de novas drogas que tenham como alvo os genes mutados, causadores da doença, e a elaboração de tratamentos para cada paciente.

Fonte: BBC – 16 de dezembro de 2009.

Aquecimento global começou antes da Revolução Industrial

O início da interferência humana no meio ambiente e, consequentemente, no clima ocorreu em períodos anteriores à Revolução Industrial, que teve início em meados do século XVIII na Inglaterra. Uma pesquisa desenvolvida no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) mostra que, mesmo antes do surgimento das grandes indústrias o planeta já sofria com aumento de temperatura e o início do aquecimento global.

Baseada em coleta, comparações e análise crítica das informações da literatura produzidas mundialmente sobre o tema, a advogada Aretha Sanchez mostra em sua dissertação de mestrado, orientada pelo professor e pesquisador do Ipen Luiz Antonio Mai, que povoados como os maias e mochicas, na América Latina, acádios, no Iraque, e povos da Groenlândia Nórdica, entre outros, sofreram colapsos e desapareceram devido a essa modificação climática local.

Os antigos integrantes desses povoados usaram grande parte dos recursos naturais existentes nos locais em que viviam e foram obrigados a sair de sua região de origem após a deteriorização intensa do ambiente. O desmatamento, a caça, a pesca, o desenvolvimento da agricultura e a poluição das águas foram causas determinantes para a modificação climática regional e, consequentemente, a extinção de importantes povoados.

Apesar da gravidade dessas interferências, a pesquisadora afirma que foram necessárias para que as populações pudessem se desenvolver. “Para que possa haver desenvolvimento, o homem interferiu no meio ambiente e consequentemente no clima. Na época das primeiras interferências climáticas, as populações não tinham consciência de que o uso e a intervenção no meio ambiente pudessem levar seus povoados a extinção. Nós temos esse conhecimento e devemos tentar diminuir essas modificações ambientais”, explica Aretha.

As interferências ocorridas anteriormente à Revolução Industrial foram muito significativas para as modificações do clima em determinadas regiões do planeta. Segundo a pesquisadora, “houve um aumento de até 4ºC na Europa e na América do Norte. Apesar de o aumento de temperatura ter sido regional, podemos falar que foi causado pela interferência do homem no meio ambiente, um ‘aquecimento global’ em escala menor se comparado aos problemas climáticos atuais”.

Mesmo com os malefícios causados por esse aumento significativo na temperatura em certas regiões do globo, que ocasionou desequilíbrio ambiental e extinguiu povoados importantes, Aretha salienta que se não fossem essas interferências iniciais, as populações tanto da América do Norte quanto da Europa não se desenvolveriam da forma como se desenvolveram.


DESIGUALDADE E MEIO AMBIENTE

Os grandes problemas ambientais relacionados ao mau uso dos recursos naturais são causados, em parte, pela desigualdade social. Segundo a pesquisadora, a falta de acesso ao conhecimento e conscientização ecológica atrelada às deficiências educacionais são fatores que tornam as intervenções ambientais mais rotineiras e problemáticas.

“Não há investimentos necessários para que todos tenham esse tipo de educação e desenvolvam consciência ecológica. Um exemplo dessa falta de conhecimento pode ser visto atualmente no Brasil: as pessoas invadem áreas suscetíveis a deslizamento, como as margens de rios, as quais deveriam ser de total controle ambiental. A interferência no ambiente é tamanha que ocasiona enchentes e coloca milhares de vidas em risco”, explica Aretha.

Exatamente pelo fato de grande parte das populações atuais terem maior conhecimento das causas e efeitos das interferências humanas na natureza, é necessário encontrar maneiras de manter o desenvolvimento sem causar tantos danos ao ambiente. “Antigamente não havia consciência do que estava acontecendo e por que alguns povoados se extinguiram. Hoje há essa consciência e conhecimento dos possíveis problemas que enfrentaremos, como o aquecimento global e outras alterações ambientais. Por isso, precisamos procurar uma forma, seja por meio da ciência ou da educação, que nos ajude a frear ou estabilizar as modificações climáticas”, conclui a pesquisadora.

Fonte: GazetaWeb .

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Tragédias que se repetem

Fim de 2008, início de 2009, tragédia em Santa Catarina. Fim de 2009, início de 2010, tragédia no Rio de Janeiro. Não bastava um episódio tão doloroso? Não teria sido possível evitar as proporções terríveis do segundo?

O mais dramático nesses e em tantos outros casos é a repetição. Sugere inércia e uma irresponsabilidade insuportável que, passado o impacto inicial de vidas perdidas e a devastação de patrimônios tão duramente conquistados, retoma a rotina. E o discurso de que foi o excesso de chuvas a razão do desastre.

Áreas frágeis e não recomendadas para habitação continuam a ser ocupadas. Medidas preventivas permanecem sendo tomadas de maneira paliativa, com pouca verba, empenho e prioridade. Há iniciativas como o estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro sobre as vulnerabilidades do litoral do Estado às mudanças climáticas, mas sem consequências práticas.

As pessoas atingidas continuam a depender quase que unicamente do heroísmo de bombeiros, de grupos de defesa civil, de voluntários que, não raro, aparecem nos noticiários impotentes diante da desproporção entre suas forças e a enormidade da perda e da dor.

Não sei o que se pode dizer aos familiares e amigos das vítimas das chuvas e deslizamentos, mais do que foi dito às vítimas de Santa Catarina. As catástrofes causadas pelo mortífero tripé -chuvas fortes, encostas instáveis e construção em áreas inadequadas- só mudam de lugar. O que parece não acontecer é uma intervenção no único vetor do qual temos controle: o uso e ocupação das áreas.
Sei por experiência própria o que é a perda radical, como a que acontece quando uma correnteza avassaladora invade a casa, leva as pessoas e desmonta o nosso mundo.
Não há nada a fazer, a não ser tentar salvar-se e a quem esteja ao alcance da mão. Tudo tão brutal que muitas vezes nem as lágrimas acodem.

John Owen (1616-1683), pastor e teólogo, dizia que os pregadores precisam "experimentar o poder da verdade que pregam em e sobre suas próprias almas". Quem não sente a alma incomodada pelo calvário daqueles que são atingidos de maneira frontal -e, na maioria das vezes, evitável- pelos fenômenos naturais não tem sensibilidade suficiente para mitigá-lo.

Não é justo, não é aceitável que a cada ano mais pessoas passem por tal experiência limite, quando se sabe que é possível fazer mais.

A melhor homenagem às vítimas é lutar para construir e instituir, até porque a tendência é aumentar a ocorrência dos fenômenos climáticos que agravarão ainda mais esse tipo de catástrofe, o que já deveria ser um pleno e efetivo direito da sociedade: a segurança ambiental.
Marina Silva

Tragédia em Angra dos Reis poderia ter sido evitada com mapeamento e gestão das áreas de risco, acreditam especialistas da ABMS


As consequências trágicas dos recentes deslizamentos ocorridos na região de Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro, poderiam ter sido evitadas ou minimizadas com o mapeamento e a gestão das áreas de risco. É o que sustentam os especialistas da ABMS, entidade de caráter técnico e científico, que reúne engenheiros geotécnicos cujo trabalho é voltado à estabilidade de encostas, construção de barragens, fundações e outras obras de infraestrutura. Para falar do assunto, a ABMS indica o professor Willy Lacerda, engenheiro carioca que presidiu a entidade e é um renomado especialista no assunto. Ele participou dos estudos da ABMS sobre os deslizamentos ocorridos em novembro de 2008 em Santa Catarina, que culminaram na “Carta de Joinville”, documento em que a entidade propõe uma série de medidas preventivas para mapeamento e gestão das áreas de risco em âmbito nacional. A ABMS é presidida pelo engenheiro Jarbas Milititsky.

“Até quando as autoridades vão assistir impassíveis a estas tragédias anunciadas sem tomar providências que podem salvar vidas?”, questiona o engenheiro e professor Willy Lacerda, ex-presidente da ABMS (Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica). Lacerda participou dos estudos da entidade sobre os deslizamentos de novembro de 2008, em Santa Catarina, que culminaram na “Carta de Joinville”.

Neste documento, apresentado em fevereiro de 2009, a ABMS já apontava que “tragédias como a de Santa Catarina podem ocorrer em outros locais deste imenso país, com solos e clima que criam ambientes com grande possibilidade de escorregamentos”. Para evitar a repetição desses fatos, a ABMS propôs na “Carta” o mapeamento e a gestão das áreas de risco, em um trabalho de âmbito nacional. Clique aqui para ter acesso à Carta de Joinville.

Willy Lacerda entende também que as prefeituras de cidades com problemas recorrentes de deslizamentos precisam elaborar leis que disciplinem a construção de edificações em encostas e implantar departamentos técnicos qualificados para lidar com o problema, fazendo o mapeamento e a gestão das áreas de risco, removendo a população para regiões mais seguras e impedindo a expansão de moradias em encostas que apresentem riscos de deslizamentos. "As prefeituras, com raríssimas exceções, não dispõem, em seu quadro técnico, de um profissional com especialização em geotecnia", lembra o engenheiro.

Da ABMS (www.abms.com.br) participam engenheiros geotécnicos e empresas especializadas em obras de infraestrutura, como portos, barragens, fundações, túneis. É uma entidade sem fins lucrativos, criada em 1950, e voltada ao desenvolvimento da Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica no Brasil.

Fonte: Helvio Falleiros
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